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Oito Décadas de Abstração Informal – MAM SP

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Convencido de que o abstracionismo geométrico acabou por eclipsar a corrente informal da arte abstrata brasileira, o curador do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, Felipe Chaimovich, prepara há um ano, com a ajuda do crítico Lauro Cavalcanti, diretor do Instituto Casa Roberto Marinho, a exposição Oito Décadas de Abstração Informal,  com 36 obras do instituto e 47 do MAM/SP.

Organizada de forma cronológica, a mostra começa com os pioneiros da abstração informal no Brasil, nos anos 1940, em atividade bem antes da abertura da primeira edição da Bienal de São Paulo (1951), vista por alguns como o marco zero do abstracionismo brasileiro.

É bem certo que a exposição começa com uma pintora de matriz europeia, a portuguesa Vieira da Silva (1908-1992), naturalizada francesa em 1956, que é classificada por historiadores ora como tachista, ora como expressionista. Mas a maioria dos artistas presentes nasceu no Brasil.

A exposição do MAM é a primeira realizada em parceria com o Instituto Casa Roberto Marinho do Rio de Janeiro, instalado na residência do falecido dirigente do Grupo Globo, no Cosme Velho, e que será aberto ao público em março.

Marinho (1904-2003) reuniu um acervo invejável. Pertencem a essa coleção quase todas as obras expostas nas salas dedicadas às décadas de 1940, 1950 e 1960. De 1970 até 2012, a maior parte dos trabalhos da mostra é do acervo do MAM.

Entre as obras mais antigas da coleção Roberto Marinho estão uma tela de Vieira da Silva (de 1949) e uma rara escultura de Maria Martins (1894-1973), forma orgânica (de 1954) que atraiu a atenção dos surrealistas franceses, em especial André Breton, que convidou a artista mineira a integrar o grupo de Max Ernst, Roberto Matta e Yves Tanguy.

Há apenas outras três esculturas na mostra: uma do paulistano (radicado no Rio) Ângelo Venosa, outra de Márcia Pastore e uma terceira de Frida Baranek.

Como os três últimos, alguns artistas que começaram a carreira nos anos 1980, entre eles os integrantes do grupo Casa 7 – Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez, Nuno Ramos e Paulo Monteiro e Rodrigo Andrade -, historicamente definidos como neoexpressionistas, foram incluídos na exposição do abstracionismo informal por ter a curadoria considerado a ressonância da escola nas últimas três décadas.

São 38 os artistas da mostra, alguns muito conhecidos, como Tomie Ohtake, e outros que, a despeito do grande talento, permanecem ainda sob uma luz crepuscular.

Chaimovich lembra que o MAM já nasceu sob o signo da abstração.

A primeira exposição do museu, que completa 70 anos em 2018, chamava-se justamente Do Figurativismo ao Abstracionismo (1948).

“Ao contrário dos abstracionistas geométricos, em particular os concretos, os abstracionistas informais seguiram um caminho solitário, o que explica, em parte, o isolamento a que foram confinados”, analisa o curador Chaimovich.

“A inexistência de coletivos entre os informais, como o grupo Frente, marco do movimento construtivo, foi um fator que pesou muito nesse ostracismo”, conclui.

MAM – Museu de Arte Moderna. Parque do Ibirapuera, portão 3, São Paulo. Aberta de terça a domingo, das 10h às 17h30. Até 22/04/18.

Atenção! Fique e consulte sempre o site oficial da instituição para confirmar dias e horários de funcionamento.

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