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Marcello Nitsche

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Nasceu em 1942, na cidade de São Paulo. Filho de pai pintor de móveis e mãe decoradora de móveis, ambos nascidos na Alemanha, cursou a Escola Profissional Getúlio Vargas, que preparava pintores profissionais. Pintor, artista intermédia, escultor, desenhista, gravador e professor.

Cursa a Faculdade de Belas Artes da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, onde conclui a licenciatura em desenho, em 1969.

Recebe, nesse ano, o prêmio da Prefeitura do Município de São Paulo para obra de pesquisa mais relevante na Bienal Internacional de São Paulo.

No início da carreira, atua como gravador, passando logo depois a se dedicar à pintura.

Aproxima-se da arte pop, realizando pinturas inspiradas no processo de elaboração da imagem utilizado nas histórias em quadrinhos.

Não por acaso, o físico e crítico de arte Mario Schenberg (1914-1990) diz que ele é “o mais pop dos artistas brasileiros”.

Em seus quadros, apropria-se das histórias em quadrinhos, com ironia e senso de humor.

A partir de 1965, inicia um processo de afastamento da tinta e do pincel, passa a trabalhar com imagens gráficas e formatos objetivos e não convencionais.

O trabalho politizado Aliança para o Progresso, 1965, é exemplar desta fase.

Em 1968, realiza Bolhas, grandes esculturas infláveis, que expõe no Salão de Brasília e na Bienal Internacional de São Paulo.

Segundo a crítica Aracy Amaral, esses infláveis são “um dos pontos mais altos da criatividade brasileira daquela década, ambientais e instigantes, vinculam a obra com o público participante e seu contexto”.

Em 1969, faz seu primeiro filme: Acrilírico. Dois anos depois, continua essa produção.

Faz cinema experimental em Super-8, com as obras O Mar e Cubo de Fumaça.

Durante a primeira metade da década de 1970, realiza outros filmes.

Co-dirige o curta-metragem Superfícies Habitáveis, 1973 e faz Auto-Retrato e Costura:, 1975.

Esses trabalhos demonstram um interesse crescente do artista pela apropriação de gêneros e elementos consagrados da tradição artística.

Dentro dessa linha de pesquisa, em 1978, realiza a escultura Garatuja, uma grande estrutura modulada, que imita um dos gestos da pintura: a Garatuja.

A peça é colocada na Praça da Sé, em São Paulo, sendo a primeira de uma série de trabalhos tridimensionais exibidos em locais abertos.

Nos anos 1980, os elementos gestuais da pintura se transformam no principal assunto do trabalho de Nitsche.

O artista toma as pinceladas livres e os gestos espontâneos, e os converte em signos gráficos.

O trabalho torna-se cada vez mais complexo.

Ao invés de lidar com um gesto, passa a trabalhar a trama de pinceladas.

Na escultura Pincelada Tridimensional, 2000, uma malha de gestos é convertida em forma gráfica, formalizada como objeto tridimensional e depois instalada no Parque da Luz, em São Paulo.

Essas formas gestuais e objetivadas são exploradas durante as décadas de 1980 e 1990.

Em 2001, desenvolve uma nova série de pinturas que se inspiram nos códigos de barra.

Segundo a historiadora Ana Maria Belluzzo, “os quadros modulados por linhas verticais e marcados por números, são pinturas reduzidas, particularizadas pela variação de mínimos elementos […] A exploração das possibilidades do próprio código de barras, abre uma nova etapa de investigação para Marcello Nitsche, que individualiza e diversifica cada quadro, cada série, cada múltiplo”

“Depois de anos em relativo ostracismo, o artista voltou a chamar a atenção com retomada do interesse de museus e do mercado pela estética pop, agora entendida como fenômeno em nada restrito aos Estados Unidos e Reino Unido.

Suas obras passaram a circular por exposições do chamado pop internacional, passando por museus americanos e europeus, entre eles a Tate, em Londres.

Em 2015, Nitsche teve uma retrospectiva no SESC Pompéia (São Paulo), uma das maiores mostras já organizadas em sua carreira …” Silas Martí.

Marcello Nitsche faleceu em 12 de março de 2017, em São Paulo, vítima de insuficiência cardíaca e respiratória.

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