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A Missa de Bolsena, Rafael Sanzio

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Neste afresco, Rafael representou o milagre ocorrido na localidade de Bolsena, próximo a Orvieto, em 1263. Durante a celebração da Eucaristia, um sacerdote que viajava a Roma, duvidava da veracidade da transubstanciação. Enquanto se celebrava a Santa Missa no altar de Santa Cristina, e após rogar à Providência para que suas dúvidas desaparecessem, começou a fluir o sangue da Hóstia consagrada, manchando o pano que cobria o cálice.

Deste fato nasceu a festa do Corpus Christi, instituída em 1264 pelo papa Urbano IV. A relíquia do corpo sagrado se venera desde esta época no Duomo de Orvieto.

Rafael pintou este momento histórico introduzindo um retrato do papa Júlio II que aparece ajoelhado diante do altar em atitude devota.

Assim como lhe havia ocorrido no afresco do Parnaso, Rafael teve que voltar a trabalhar sobre uma parede onde havia uma janela. A dificuldade compositiva causada pela janela descentralizada em relação ao eixo do arco da parede é superada com suma naturalidade e simplicidade.

Rafael concebe, habilmente, uma composição na qual o tema central da cena, o sacerdote oficiando a Missa, se situa sob o marco da janela. Dos lados, ele introduz umas escadarias com o qual soluciona o desnível do cenário e consegue realçar o motivo principal do milagre.

O fato histórico aparece à esquerda onde uma assombrada e comovida multidão se aproxima para contemplar o acontecimento. O movimento e os gestos fascinados destas figuras contrasta com a imobilidade do pontífice e de sua corte que se dispõem à direita. Enquanto os da esquerda estão idealizados, os da direita são retratos da guarda suíça – soldados nomeados protetores da Igreja em 1512.

Júlio II professava uma profunda devoção por este milagre e sua relíquia. Ao parecer, em 7 de setembro de 1506, quando o Papa se dirigia a Bolonha com suas tropas deteve-se para orar ante a relíquia. O exército papal saiu-se vencedor naquela luta e esta vitória foi atribuída então a uma intervenção divina. Estes fatos levaram Rafael a incluir a figura do pontífice e de seu séquito na obra.

Além disso, em 1513 se cumpriam 250 anos do milagre aproximava-se, portanto, a celebração do Ano Jubilar que se podia comemorar de maneira singular, com a exaltação deste tema em um afresco, que, como os outros deste salão, devia representar um fato capaz de recolher a diferente índole e os momentos da proteção divina, em defesa dos patrimônios, tanto espirituais como temporais da Igreja.

A Missa de Bolsena, 1513, afresco, Rafael Sanzio, Stanza d’Eliodoro, Museu do Vaticano, Roma.

pincelAgora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Rafael Sanzio, experimente desenvolver sua releitura sobre o tema, inspire-se nas características do Renascimento e crie uma cena onde dois grupos diferentes estão atuando sobre o mesmo tema principal. usando o material colorido que você mais gostar.

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