A Janela Aberta, Pierre Bonnard

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A Janela Aberta, Pierre Bonnard
   

A obra de Pierre Bonnard pode assemelhar-se a dos impressionistas, no entanto, ele pertenceu ao grupo Nabis. Os artistas que o compõem esse movimento definem a si mesmos como profetas de uma nova arte. Defendem uma concepção decorativa da pintura, em que a cor realça o tema.

Os Nabis rejeitavam a ideia de prender o espectador puramente pelo tema. Seu objetivo era expressar os sentimentos  por meio da forma, utilizando com frequência amplas áreas de cor chapada.

A vida tranquila e privada de Bonnard é espelhada em seu trabalho e em seus estudos. Em muitos de seus interiores, um sentimento de saudade está concentrado em janelas abertas e no mundo além delas. Na janela aberta, colorida e brilhante, a luz perolada transfigura-se em um quarto na casa do artista, na Normandia.

Bonnard mostra muito pouco do quarto. O ponto focal da pintura é o vazio em seu centro, o céu azul, a folhagem verde e a sombra violeta exterior, emoldurado pela janela, paredes e uma escura fatia, tipo guilhotina da janela cega. Ele consegue transmitir a atmosfera de calor e tranquilidade do sul da França, utilizando cores de tonalidade quentes e vivas.

O contraste entre os azuis e os verdes do exterior com os laranjas do interior é tão deslumbrante que ainda leva um momento para um gato preto e uma mulher tornassem visíveis no canto inferior direito da tela.

Nas pinturas de Bonnard, cães e gatos são tópicos essenciais para a trama da vida humana. Eles se insinuam em suas pinturas, marcas caligráficas quase indecifráveis, presenças periféricas.

A figura humana recorrente é sua esposa, Marthe de Méligny, cujo verdadeiro nome era Maria Boursin, se tornou sua amante em 1893, e casou-se com Bonnard em 1925. Sua relação foi complicada pela infidelidade dele. A mulher loura do quadro “A Janela Aberta” pode ser Monchaty, que ele se apaixonou por volta de 1917 e que cometeu suicídio em 1923, quando Bonnard voltou para Marthe.

Além de pintor, Bonnard era um mestre em litografia, fazia formas cores e linhas com grande eficácia. Foi um dos poucos artistas estrangeiros a ser eleito para Royal Academy de Londres.

A Janela Aberta, c.1921, Pierre Bonnard, óleo sobre tela, Coleção Phillips, Washington DC
A Janela Aberta, c.1921, Pierre Bonnard, óleo sobre tela, 118 x 96 cm, Coleção Phillips, Washington DC

pincelAgora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro do Bonnard, experimente fazer uma releitura dele usando o material colorido que você mais gostar.

quadro

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