São Domingos de Silos, Bartolomé Bermejo

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São Domingos de Silos, Bartolomé Bermejo
   

A Espanha do século 15 permanece firmemente ancorada na tradição gótica, gerada num período de opulência. O florescimento dos retábulos (imponentes complexos de pintura e de escultura em várias ordens sobrepostas) nas igrejas corresponde a uma ativa histórica e artística dos reinos cristãos na última fase da guerra contra o islã.

O quadro constitui o painel central do retábulo de São Domingos de Silos de Daroca (Saragoza).

A sólida figura de São Domingos, estético e monumental como uma escultura, está sentada num trono gótico realizado com elaborados motivos decorativos e imagens alegóricas.

Impressionante e solene na sua rigorosa frontalidade, o abade está coberto com uma capa bordada em outro de tal modo que mais parece a obra de um joalheiro do que de um alfaiate.

A profusão do ouro, a mitra coberta de pérolas e de pedras preciosas, o báculo cinzelado e a arquitetura do trono, resplandecente de torres, pináculos e nichos, criam uma imagem suntuosa.

Nos nichos do faustoso trono, o artista andaluz pintou, mais próximas à cabeça de São Domingos, as imagens alegóricas das três virtudes teologais (Fé, Caridade e Esperança), e, nos dois lados, as quatro virtudes cardeais. Sendo à esquerda, de baixo para cima: Fortaleza e Justiça; à direita, de baixo para cima: Temperança e Prudência.

São Domingos de Silos, 1474-1477, têmpera e óleo sobre madeira, 242 x 130 cm, Bartolomé Bermejo, procedente do Museu Arqueológico de Madri entre 1860 e 1871; no Museu do Prado desde 1920.
pincel

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