O Instituto Tomie Ohtake traz adaptada para seu espaço a grande retrospectiva de Julio Le Parc, realizada em 2016 no Pérez Art Museum Miami (PAMM).
Com a mesma curadoria de Estrellita B. Brodsky e consultoria artística de Yamil Le Parc, a mostra em São Paulo, apresenta mais de 100 obras que trazem uma centelha de experiências físicas e visuais.
“As investigações de Julio Le Parc sobre as maneiras de engajar e empoderar o público redefiniram e reinterpretaram a experiência da arte”, afirma a curadora Estrellita B. Brodsky.
“Movido por um sólido ethos utópico, Le Parc continua a olhar a arte como um laboratório social, capaz de produzir situações imprevisíveis e de ludicamente engajar o espectador de novas maneiras.
Seu posicionamento radical continua cada vez mais relevante após seis décadas”.
Sobre o artista
O artista argentino logo após mudar-se para Paris, tornou-se, em 1960, membro fundador do coletivo de artistas Grupo de Pesquisa de Artes Visuais (GRAV).
Ao enfatizar o poder social de objetos e situações de arte não mediados e desorientadores, Le Parc buscou limpar as estruturas e sistemas que separam espectador de obra.
Sua inovação no campo da luz, movimento e percepção foi central para os movimentos da arte cinética e ótica da época, enquanto suas teorias de imediatismo e espectadorismo como veículo de mudança social e política, continuaram a integrar a vanguarda parisiense de 1960 adiante.
Sobre as obras
A primeira, Da superfície ao objeto, reúne trabalhos iniciais em papel e pinturas que mostram o uso de cor como meio de desestabilizar a superfície bidimensional.
Estão expostas obras de 1958, com estudos do bidimensional com tinta e guache em papel, assim como pinturas de 1959 até hoje.
Também consta nesse segmento, o monumental A Longa Marcha, um grupo de 10 pinturas vibrantes que flutuam ao redor de uma parede arredondada.
Em Deslocamento; Contorções; Relevos, estão os revolucionários labirintos-instalação, de Le Parc exibidos pela primeira vez como parte da participação da GRAV na Bienal de Paris de 1963, as caixas de luz e obras de contorção.
A sequência de três cômodos imbuídos de luz oferece aos espectadores uma experiência sensorial poderosamente desorientadora.
Por fim, Jogo & Política de participação dissolve os muros físicos e ideológicos que separam espectador, obra de arte e instituição.
Precursor do movimento de estética relacional, esse período da carreira de Le Parc considera como a arte pode encorajar uma nova consciência sobre o espaço social do indivíduo.
Instituto Tomie Ohtake
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201 – Pinheiros, São Paulo – SP, 05426-100
De terça a domingo ds 11h às 20h
Até 25 de fevereiro de 2018
Fique atento aos horários, eles podem ser modificados. Consulte sempre o site oficial da instituição.