Guernica, Picasso

   

Guernica, de Picasso, foi mostrado pela primeira vez na Exposição Internacional de Paris em 1937. Foi concebido e executado com grande rapidez em seu estúdio em Paris.

Picasso pretendia que seu quadro fosse uma denúncia contra as mortes que estavam destruindo a Espanha na terrível Guerra Civil (1936-39), e contra a perpétua desumanidade do homem. O quadro despertou grandes expectativas, e Picasso foi saudado como o mais importante pintor de vanguarda.

Ele estava engajado, política e moralmente, na causa republicana, antifascista, da Guerra Civil Espanhola. Assim, era inevitável que o quadro causasse muitas polêmicas, artísticas, políticas e talvez isso fosse necessário para que tivesse algum efeito.

A motivação imediata do quadro foi a destruição de Guernica, capital da região basca, no dia da feira da cidade, 26 de abril de 1937. Em plena luz do dia, os aviões nazistas, sob as ordens do general Franco, atacaram a cidade indefesa. De seus 7.000 mil habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos.

Picasso sempre foi fascinado por touradas, velho esporte espanhol, brutal e espetacular, e as imagens da arena de touros aparecem com frequência em seu trabalho. Embora Picasso afirmasse que o touro de Guernica representa brutalidade, trata-se de uma imagem ambígua. Parado e abanando a cauda, o touro não parece selvagem. Talvez Picasso tivesse em mente o momento da tourada em que, após um ataque bem-sucedido, o touro recua para ver o que fez e prepara seu próximo movimento.

Uma criança morta pende dos braços da mãe. Entre as complexas imagens cubistas de Guernica, esta pode ser interpretada de imediato. O grito da mãe está representado pela sua língua, que sugere um punhal ou um caco de vidro. Outros cacos semelhantes aparecem por todo o quadro.

Picasso, que raramente dava interpretações de seu trabalho, disse que o cavalo representava o povo. Tal como a mãe à esquerda, a agonia é sugerida pela língua pontiaguda como um punhal. Acima da cabeça do cavalo há uma lâmpada elétrica que sugere o olho de Deus, que tudo vê. Até mesmo a luz parece gritar de horror.

Há pouco simbolismo explícito no quadro; aqui Picasso não seguiu nenhuma linguagem simbólica bem definida. Como boa parte da arte moderna, o simbolismo é particular e pessoal, e só pode ser decifrado nessa base. Contudo, é difícil não interpretar a única flor no centro do quadro como um símbolo de esperança, afirmando que uma nova vida continuará a crescer apesar das tentativas do homem de destruí-la. A pungente delicadeza da flor intensifica o horror generalizado dessa cena caótica.

Duas mulheres olham para o cavalo ferido com terror e piedade, sugerindo certas semelhanças, em conceitos e emoção, com as imagens de Cristo sofrendo na cruz e a presença das três Marias nessa cena. Talvez Picasso estivesse procurando uma imagem moderna para expressar o sofrimento da humanidade, e ao mesmo tempo uma imagem que não tivesse um simbolismo cristão explícito.

A pintura severa, monocromática, é adequada ao tema. Essa enorme tela está exposta numa sala própria no Museu Reina Sofia, protegida por um imenso vidro a prova de balas.

Guernica, 1937, óleo sobre tela, 350 x 782 cm, Pablo Picasso, Museu Reina Sofia, Madri.

Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Picasso, experimente criar uma obra dramática retratando algo trágico que tenha afetado ou ainda afete a humanidade, que seja impactante. Você poderá se inspirar em uma notícia. Use material preto e branco que você mais gostar.

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