O Julgamento de Páris, Peter Paul Rubens

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O Julgamento de Páris, Peter Paul Rubens
   

Dentre todos os temas mitológicos, tratados pelos artistas, aquele que gozou de maior popularidade foi, sem dúvida, o episódio das três deusas em competição para a conquista da superioridade da beleza. Juno, Minerva e Vênus dirigem-se a Páris, príncipe troiano e pastor, para saberem qual dentre elas é a mais bela: a oferta da maçã de ouro, também chamada “pomo da discórdia”, a Vênus fazendo dela a mulher mais bela do mundo foi a causa da famosa Guerra de Troia cantada por Homero.

Com efeito, Vênus, a deusa da beleza, depois de ter prometido a Páris a mais bela mulher do mundo, ajudou-o a raptar Helena, a mulher de Menelau, rei de Esparta, e a levá-la para Troia. Os príncipes gregos combateram para devolvê-la à sua terra.

O eclético talento e a exuberante maestria do pintor flamengo revelam, neste relato mitológico, do qual se conhecem várias versões precedentes, os suaves nus femininos e as sensuais carnes rosadas.

A grande tela pintada com a ligeireza e o impeto de um esboço, está imersa na luz cálida do meio-dia que envolve as figuras e as árvores até se acender na luxuriante paisagem campestre e no céu nebuloso.

Ela representa o momento da plena e já tardia maturidade da arte de Rubens, que exalta a vida no seu decurso natural e feliz, numa imagem de fabulosa e agreste grandeza, onde nada nem ninguém pode evadir-se do mito triunfalmente sensual.

À esquerda, o elmo dourado, o escudo com cabeça de Medusa e a coruja são os símbolos de Minerva, deusa da sabedoria e da guerra por uma causa justa. Se a escolhesse como a mais bela, Páris venceria a batalha, mas, dado que Vênus foi a preferida, ela se colocou ao lado dos gregos na Guerra de Troia e protegeu Aquiles.

Nesta suntuosa e também idílica alegoria, o gracioso menino alado, situado logo abaixo do elmo de Minerva, é Amor, filho de Vênus, a vencedora da competição.

O pavão ao centro da tela é atributo de Juno: as manchas coloridas da sua cauda são os olhos de Argos, o guardião dos cem olhos que estava encarregado de custodiar Io, uma princesa e amante de Zeus transformada em novilha.

Argos era um excelente boiadeiro, visto que, quando dormia, mantinha cinquenta de seus olhos despertos. Para libertar Io a mando de Zeus, Mercúrio o pôs para dormir e em seguida cortou sua cabeça. Juno o homenageou transformando-o em pavão, sua ave sagrada, em cuja cauda pôs seus cem olhos.

O Julgamento de Páris, c.1632-1635, óleo sobre madeira, 144,8 x 193,7 cm, Peter Paul Rubens, National Gallery.

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