Vênus e Adônis, Ticiano Vecellio

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Vênus e Adônis, Ticiano Vecellio
   

Na segunda metade do século 16, Ticiano encontrou um novo interlocutor no príncipe Filipe, que viria a converter-se em rei na sequência da abdicação de seu pai, Carlo V, em 1555.

Pela extensa relação epistolar sabe-se que, a partir de 1553, Ticiano realizou para Filipe II sete quadros mitológicos, denominados “Poesias”, atualmente dispersos em vários museus.

Este quadro faz parte da referida série e foi concebido omo simétrico ao de Dânae, conservado também no Museu do Prado, tanto que o nu de Vênus, visto de costas, deveria contrapor-se ao de frente de Dânae, como o próprio mestre veneziano explica numa carta.

Adaptação livre das Metamorfoses de Ovídio, a cena ilustra o amor de Vênus por Adônis, jovem e belíssimo caçador: a deusa tenta desesperadamente reter o seu amado, que vai à caça na qual irá morrer.

O drama iminente é sublimado pela atmosfera de tormenta que se adensa na paisagem, enquanto Cupido, alheio a tudo, dorme no bosque.

Diferentemente das alegres bacanais realizadas quase trinta anos antes para o duque Alfonso d’Este, das quais o Museu Prado conserva dois exemplares, as “Poesias” para Filipe II marcam uma fase de intensa e profunda reflexão sobre a condição humana e mostram, na evolução dos protagonistas mitológicos, uma amarga metáfora da existência nas mãos do destino e das circunstâncias.

Ticiano demonstra a plena maestria de um rico cromatismo. As tonalidades mais intensas e os mais belos sfumatos são evidentes nos surpreendentes retratos dos cães ansiosos por correr e por atacar a presa.

Vênus e Adônis, 1554, óleo sobre tela, 186 x 207 cm, Ticiano Vecellio, Museu do Prado, Madri.

pincel

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