A palavra, inspirada em Orfeu, deus da mitologia grega, foi empregada por Apollinaire, em 1912, para denominar as obras de Robert e Sonia Delaunay, nas quais ele ressaltava o papel dinâmico das cores, que ele chamava de “o primado da cor na construção pictórica”.
Seria uma tentativa de fusão do Cubismo, na estrutura, e com o Fovismo, na cor. Também chamado de Cubismo Órfico.
O pintor joga com as cores como o músico com as notas. Para compor uma Fuga o músico emprega notas diversas, coloridas em razão dos seus tons; o pintor joga com as cores, da mesma maneira, para obter o ritmo de Fuga.
Destacamos na sua estética:
• Os valores luminosos devem constituir a estrutura dinâmica do quadro moderno, e só através do contraste simultâneo será conseguido;
• Dissolvendo-se ativamente na atmosfera, toda cor provoca o aparecimento simultâneo das cores do espectro solar;
• Criação de temas coloridos puros, que falem por si, sem a intervenção tradicional da explicação literária ou simbólica;
• Formas circulares e vibrantes e cores vivas devem dar dinamismo ao quadro para que haja acordo entre o colorismo e o movimento, despertando sensações de tempo e espaço;
• A luz transborda de todas as medidas espaciais, com ela o pintor pode criar ritmos que geram contrastes;
• Associação de temas abstratos e figurativos em harmoniosa síntese.
Principais artistas:
Robert Delaunay (1885-1941) pintor francês, criador do Cubismo Órfico. Em 1902 trabalha em Paris como aprendiz no ateliê de um decorador teatral, iniciando-se dessa maneira no ofício pictórico. Dispensado do exército em 1908, se interessou primeiro pelo Impressionismo, para passar depois ao Fovismo. Em 1911 apresentou vários quadros no Centro Cubista que atraíram a atenção de Kandinsky, que o convidou para colaborar em Der Blaue Reiter. Em 1910 a 1912 plasmou em suas pinturas diversos lugares de Paris sempre com a torre Eiffel como tema principal. Viajou durante longo tempo pela Espanha e Portugal (1914/21). Em 1937 iniciou uma série de grandes murais (alguns de quase 900 metros quadrados de superfície) para a Exposição Universal de Paris em cuja realização colaborou a sua esposa Sonia Terk. Sua herança seria recolhida por sua esposa, seguidora do seu espírito em cada uma das suas obras.
Sonia Delaunay-Terk (1885–1979) artista francesa nascida na Ucrânia, que passou a maior parte de sua vida profissional em Paris; com seu marido Robert Delaunay e outros, co-fundou o movimento artístico Orfismo. Seu trabalho se estende à pintura, design têxtil e cenografia. Ela foi a primeira artista feminina a ter uma exposição retrospectiva no Louvre em 1964, e em 1975, foi nomeada oficial da Legião de Honra francesa. Seu trabalho em design moderno incluiu os conceitos de abstração geométrica, a integração de móveis, tecidos, revestimentos de parede e roupas.