Cicero Dias

Cicero Dias
   

Cícero Dias nasceu em 1907, no Engenho de Jundya, em Escada, um pequeno município distante 53 quilômetros de Recife.

Cícero Dias foi um pintor, desenhista e ilustrador brasileiro, grande representante da pintura modernista do Brasil. É autor do painel “Eu Vi o Mundo… Ele Começava no Recife”, obra que irrompeu o cenário modernista no país. Filho de Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias passou sua infância no engenho da família.

Com treze anos foi para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressa nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não concluiu.

Em 1928, realiza sua primeira exposição individual. Em 1929, colabora com a revista Antropofagia.

Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15 metros de largura por 2 metros de altura, pintado entre 1926 e 1929, que causou escândalo pelo tamanho, pelas imagens oníricas e pelos nus ousados para a época.

A obra marcaria seu ingresso, definitivo, na vanguarda modernista do país. A partir de 1932, passa a lecionar desenho em seu ateliê na cidade do Recife.

No ano seguinte ilustra a obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala.

Em 1937 expôs em Nova Iorque numa coletiva de modernistas. Nesse mesmo ano viajou para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornaria amigo.

Em 1942, durante a ocupação da França, foi preso e enviado para a Alemanha.

Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil.

Em 1943 participa do Salão de Arte Moderna em Lisboa, onde foi premiado.

Em 1945 volta a Paris e integra-se ao grupo abstrato Espace. Nesse mesmo ano expõe em Londres, Paris e Amsterdam.

Em 1948, no Brasil, realizou intensas atividades especialmente com murais. Inaugura o mural do edifício da Secretaria de Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato da América Latina.

Em 1949, esteve na Exposição de Arte Mural em Avignon, na França. Em 1950 participou da Bienal em Veneza.

Em 1953, expôs na II Bienal de São Paulo.

Em 1965, realizou na Bienal de Veneza, uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura.

Em 1970, Cícero Dias realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo.

Em 1980 foram instalados dois painéis no hall central da Casa da Cultura, no Recife, que representam as Revoluções Pernambucanas.

Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra.

Em 1991 inaugura um painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo.

Em 1998 recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França.

No ano 2000, Cícero Dias inaugura uma rosa-dos-ventos, estilizada, estampada no chão da Praça do Marco Zero, cartão postal da cidade do Recife.

Em fevereiro de 2002, esteve novamente no Recife para o lançamento do livro sobre sua trajetória artística.

Cícero Dias faleceu em sua residência em Paris, no dia 28 de janeiro de 2003, cercado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Montparnasse, em Paris.

Segundo Flávio de Aquino, a arte de Cícero Dias nos prova que “a pintura pode perfeitamente expressar um profundo sentimento de vida e de movimento, tem intenso sentido orgânico, sem recorrer às formas da nossa realidade cotidiana. Ao primeiro contato com esta arte alegre e violeta o espectador sente imediatamente uma explosão de cor e, logo após, um subsequente sentimento de vida”.

 

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