Iberê Camargo

Iberê Camargo
   

Iberê Bassani de Camargo nasceu em Restinga Seca, RS, no dia 18 de novembro de 1914.

Iberê Camargo iniciou seus estudos ainda no Rio Grande do Sul, na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria, com Parlagreco e Frederico Lobe.

Com 18 anos trabalhou como aprendiz no Batalhão Ferroviário. Exerceu a função de desenhista técnico, aprendeu geometria e perspectiva.

Entre 1936 e 1939 fez o curso técnico de Arquitetura do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, com a orientação do professor Fahrion.

Em 1942, Iberê mudou-se para o Rio de Janeiro, onde frequentou a Escola Nacional de Belas Artes, com uma bolsa de estudos concedida pelo governo do Rio Grande do Sul.

Não satisfeito com a proposta acadêmica da instituição desiste do curso. Por indicação de Portinari, tem aluas de desenho com Guignard.

Em 1943, junto com outros artistas, fundou o Grupo Guignard.

Em 1948 foi para a Europa.

Estudou com o pintor Giorgio de Chirico, Carlos Alberto Petrucci, na Itália e com André Lothe, na França.

Em 1950, voltou ao Brasil, e em 1952, torna-se membro da Comissão Nacional de Artes Plásticas.

No ano seguinte, fundou o curso de gravura do Instituto Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro, hoje Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Lecionando mais tarde essa técnica em seu próprio ateliê ou em permanências mais ou menos longas em Porto Alegre e em outras cidades, inclusive do exterior.

Em Porto Alegre, foi um dos grandes incentivadores do Atelier Livre.

Em 1954, Iberê participou, junto com os artistas Djanira da Motta e Silva e Milton Dacosta, da organização do Salão Preto e Branco, e em 1955, do Salão Miniatura, ambos realizados em protesto, para a redução dos impostos cobrados na compra de boas tintas importadas.

Em 1956, em razão de uma hérnia de disco, com o isolamento em seu ateliê carioca, surge a obsessão em pintar os carretéis com que brincava na infância. Em seguida, os carretéis dão lugar a telas feitas de uma convulsão de cores e pinceladas grossas.

Entre os anos de 1960 e 1965, Iberê promoveu um curso livre de pintura no Teatro São Pedro, em Porto Alegra.

Em 1966 pinta um painel de 49 metros quadrados, oferecido pelo Brasil à Organização Mundial de Saúde, em Genebra, na Suíça.

Em 1970 começou a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em dezembro de 1980, com 66 anos, o pintor saiu de casa, no Rio de Janeiro, com sua secretária para comprar cartão de natal.

Tendo porte de arma, se envolveu em um incidente que mancharia sua biografia.

Com seu temperamento irritado, teria se desentendido com um engenheiro que o teria agredido, matando o indivíduo com dois tiros.

Depois de um mês na cadeia e da absolvição por legítima defesa, ele voltou para seu estado de origem.

Nessa época, sua pintura começa a ganhar tons dramáticos.

A princípio insere figuras humanas que convivem, em grandes telas, com símbolos mais corriqueiros de sua obra.

Ele se retrata entre carretéis e cubos.

No fim da vida, a pintura de Iberê Camargo deu outra guinada, quando ele passou a retratar patéticos ciclistas que transitam do nada a lugar nenhum, além das fantasmagóricas idiotas, como ele mesmo denominou.

Embora Camargo tenha estudado com figuras marcantes representativas de variadas correntes estéticas e formas de vista, não se pode afirmar que tenha se filiado a alguma.

Suas obras estiveram presentes, e sempre reapresentadas, em grandes exposições pelo mundo inteiro, como na Bienal de São Paulo e na Bienal de Veneza. Iberê Camargo foi uma grande referencia para a arte gaúcha e brasileira em geral.

Ao longo de sua vida, Iberê produziu mais de sete mil obras, entre pinturas, desenhos, gravuras e guaches, entre elas, “Dentro do Mato” (1942), “Auto Retrato” (1943), “Lapa” (1947), “Carretel Branco” (1967), “Ciclistas” (1989) e “A Idiota” (1991).

Entre suas publicações estão: “Tratado Sobre Gravura em Metal” (1964), o livro técnico “A Gravura” (1992) e o livro de contos “No Andar do Tempo: 9 Contos e um Esboço Autobiográfico” (1988).

É em Porto Alegre, num prédio projetado pelo arquiteto português Álvaro Siza, que hoje funciona a Fundação Iberê Camargo, que reúne além de vasta produção artística, os diversos documentos que completam sua obra e registram sua trajetória, que o artista e sua esposa Maria Coussirat Camargo, tiveram o cuidado de preservar.

Iberê Camargo faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 8 de agosto de 1994, em decorrência de um câncer de pulmão.

 

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