Palácio de Schönbrunn

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Palácio de Schönbrunn
   

A história deste palácio vem desde a Idade Média. No início do século 14 o local era propriedade do monastério de Klosterneuburg. Em 1569, por iniciativa do imperador Maximilian II, a propriedade passou ao controle dos Habsburgo. Era bem modesto, tinha apenas de uma construção, um moinho e belos jardins.

Conta a história que este nome tem sua origem graças a Rudolph II, sucessor de Maximilian II, que se referia ao local como tendo belas águas (Schöne Brunnen, em alemão), o que acabou dando nome ao futuro palácio. Em 1683, ano da invasão turca na Europa, aconteceram guerras e reveses no império, culminando com o cerco de Viena pelas tropas inimigas.

Como conseqüência, Schönbrunn chegou a um estado deplorável de conservação. Apenas em 1686, quando o pior já havia passado, é que o imperador Leopold I decidiu reformar totalmente a propriedade e adaptá-la para seu filho e futuro imperador, José. Foi contratado o arquiteto Johann Bernhard Fischer Von Erlach para desenvolver o projeto.

Em 1700, o imperador Carlos VI decidiu dá-la de presente para sua filha Maria Theresa. Foi com esta última, que Schönbrunn iniciou seu período de glória. O palácio passou a ser o principal foco social e político de Viena. Além das alas laterais do palácio, erguidas sob o comando do arquiteto Nikolaus Pacassi, foram ainda aumentados os aposentos residenciais do imperador, que ocupavam uma grande parte do palácio, e construído um salão de audiências, a capela real e novos jardins.

Nesta época, Schönbrunn já era utilizado como principal residência da família imperial e sua corte, o que correspondia a mais de 1.500 pessoas. Em 1750, por determinação de imperatriz Maria Theresa, foi construído um teatro no palácio. Quando Maria Theresa morreu, a corte entrou em estado de choque e Schönbrunn permaneceu desocupado. No entanto, durante este período o palácio teve um famoso ocupante: Napoleão Bonaparte, por duas vezes, em 1805 e 1809, durante o período das guerras napoleônicas.

Em 1814, após a derrota de Napoleão, e novamente sob o domínio dos Habsburgo, o palácio sofre novas reformas. Por ordem do imperador Franz I, sua fachada é modificada. O estilo rococó é removido e formas mais sóbrias são adotadas. Por outro lado, Johann Aman, o novo arquiteto, tem idéias avançadas, e sugere ao imperador a adoção de uma marca registrada visual para o palácio. Schönbrunn é todo pintado na cor amarelo ovo. Embora na ocasião tenha sido criticada, a cor permaneceu, e acabou se tornando uma das marcas características do prédio.

Em 1830 nasce em Schönbrunn o imperador Francisco José, um dos nomes mais importantes da história da Áustria. Em 1848 ele sobe ao trono. Em 1854 casa-se com Elizabeth, sua prima de 16 anos, a Princesa de Wittelsbach, carinhosamente apelidada de Sissi.

Francisco José era apaixonado por Sissi, mas os afazeres de chefe de Estado não lhe permitem dedicar-se como gostaria à sua esposa. Ao mesmo tempo, a invejosa aristocracia da corte descrimina e ridiculariza Sissi, devido à sua origem bávara. Não lhe permitem estar com seus filhos, o que a levava a sofrer de profunda depressão e bulimia. Sufocada cada vez mais pelo rígido protocolo imperial, torna-se uma pessoa infeliz. No entanto, depois de uma viagem de tratamento que dura dois anos, ela retorna a Schönbrunn como uma nova mulher. Determinada, segura de si, e decidida a assumir a frente dos assuntos políticos de seu império.

Seu interesse a aproxima dos vizinhos húngaros, que há muito vinham sendo explorados pelos austríacos. Em 1867, ela é coroada Rainha da Hungria, e suas idéias liberais e republicanas, somadas ao grande carisma a transformam numa das pessoas mais amadas por austríacos e húngaros. O casal de imperadores teve quatro filhos: Sophie, Gisela, Marie Valerie e apenas um filho, Rudolf, a quem caberá a responsabilidade de herdar o comando do império Habsburgo.

Mas o destino tem outros planos e Rudolf tem um romance com uma plebeia. A família imperial não a aceita, e pressiona o herdeiro para abandoná-la. Desesperado, ele suicida-se em 1889. Franz Ferdinand, o próximo nome da linha de sucessão, é sagrado imperador. Mas em 1914, durante uma visita à cidade de Sarajevo, a bala de revolver de um súdito revoltado tira a vida do jovem imperador e de sua mulher. Esse fato dá início à Primeira Guerra Mundial, acaba com o império, modifica as fronteiras de metade da Europa e põe um ponto final nos 630 anos de dinastia Habsburgo. Com o final da guerra, a República da Áustria é proclamada em 11 de novembro de 1918.

Aberto ao Público

Hoje, os visitantes do Palácio Schönbrunn têm a impressão autêntica do estilo de vida imperial nas salas de Estado e apartamentos residenciais do palácio, todos decorados com detalhes fiéis. Quarenta dos 307 quartos do palácio estão abertos ao público.

O passeio começa com as suítes residenciais de Imperador Francisco José e sua esposa Elisabeth (Sissi) na ala oeste do palácio, continuando através dos quartos do Estado na faixa intermediária e os apartamentos ocupados por Maria Theresa. A gama de decorações encontradas no passeio é característica do estilo de vida, ambiente e da ideologia da época imperial.

Os jardins franceses do parque foram desenhados, em 1695, por Jean Tréhet, aluno de André Le Nôtre. O parque compreende falsas ruínas romanas e um laranjal. A parte mais alta do parque é ocupada pela Gloriette, um edifício em estilo Neoclássico, desenhado por Ferdinand von Hohenberg, de onde se tem uma vista panorâmica sobre o palácio e da cidade de Viena.

Outras atrações em Schönbrunn são: o Labirinto Clássico e o Labirinto Novo; a casa das Palmeiras; o Jardim Zoológico; a Coleção de Carroças.

agenda

Palácio de Schönbrunn.  Schlossstrasse, 1130 Viena, Áustria. Está aberto diariamente, incluindo os feriados. Os preços de entrada variam de acordo com o pacote combinado das visitas.


SaibaMais

Em 1830, nasceu no palácio Francisco José, que seria proclamado como imperador aos 18 anos de idade. Este soberano usou o palácio como residência de Verão e durante muitos anos, saiu de lá para trabalhar no Hofburg, onde também viveu durante o Inverno. Nos seus últimos anos viveu e governou no Palácio de Schönbrunn, vindo a falecer ali, no seu próprio quarto, no dia 21 de novembro de 1916. O seu sucessor, Carlos I, assinou aqui, no dia 11 de novembro de 1918, a sua resignação a qualquer participação nos assuntos do Estado, destituiu o seu governo imperial e real e deixou o palácio, agora na posse do Estado, na mesma noite com a sua família.

O palácio e o seu parque de cerca de 160 hectares está classificado desde 1996 como parte do Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

O palácio barroco foi residência de verão da família imperial austríaca desde meados do século 18 até ao final da Segunda Guerra Mundial. Nesse período, o edifício foi habitado quase continuamente por várias centenas de pessoas da vasta corte, tornando-se num centro cultural e político do império Habsburgo. Lá viveu até 1817, data de seu casamento com o futuro imperador brasileiro Pedro I, a arquiduquesa D. Leopoldina de Habsburgo.

Sissi foi uma figura tão importante para a história que mereceu três filmagens do gênero romance histórico-biográfico, sendo: Sissi (1955), Sissi, a Imperatriz (1956) e Sissi e seu Destino (1957).

Um comentário em “Palácio de Schönbrunn”.

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  1. Obrigada, Simone. Texto perfeito para consolidar meus conhecimentos da história de Schönbrunn que visitei na semana passada em Viena

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