A Casa Buonarroti, em Florença, é um museu dedicado à vida e obra do mestre da Renascença. O prédio onde funciona a instituição pertenceu a Michelangelo.
Vários herdeiros ocuparam e reformaram a casa, que, hoje restaurada, guarda preciosas esculturas da juventude de Michelangelo, bem como seus preciosos desenhos, além de funcionar como centro de estudos de artes plásticas e de investigação sobre tudo o que se refere ao gênio criador.
Pouco antes da sua morte, em 1564, Michelangelo pensou em destruir seus desenhos, esboços e plantas porque seu perfeccionismo não admitia que o mundo viesse a conhecê-lo num momento de invenção “imperfeita”. O sobrinho e herdeiro, Leonardo Buonarroti para quem Michelangelo comprou a casa da via Ghibelina, saiu em busca dos desenhos, espalhados entre muitos donos.
Aos poucos a família foi reunindo na casa de Michelangelo suas ideias em traços e papel, e hoje há cerca de 200 obras na Casa Buonarotti. Mas nem todos os descendentes tiveram essa boa consciência e desfalcaram, por cobiça, a coleção de tesouros. Fillippo Buonarroti, no século 19, vendeu vários deles a colecionadores franceses e o Cavalier Michelangelo Buonaroti ganhou fortunas em negócios com o Museu Britânico. Para evitar maiores danos, Cosimo Buonarroti, último herdeiro do nome do gênio, em 1858, doou a casa ao povo italiano.
Os desenhos foram restaurados e em 1975 retornaram à Casa Buonarroti, só saindo para turnês raras. São esboços de grandes criações do artista, como a Capela Sistina, a Basílica de São Lourenço e a Biblioteca Laurenciana.
Por meio desses e de outros desenhos pode-se entender como o artista passava da intenção para idealização, ainda que seja importante ressaltar a independência desses esboços, hoje aceitos como obras de valor autônomo.