Claudio Tozzi, artista paulistano nasceu no mês de outubro de 1944 numa família de origem italiana. Desde garoto, entre brincadeiras em uma São Paulo tranquila e comida típicas italianas, sonhava em ser um grande artista.
Claudio admirava secretamente um pintor húngaro que morava próximo da sua casa, ele costumava segui-lo e ficava espiando escondido através da janela do ateliê desse pintor.
Estudou no colégio de Aplicação da USP e era incentivado pela sua professora de artes. Inventava colagens, cartazes e composição abstratas.
Ganhou um episcópio e projetava a imagem na parede, copiava a imagem em uma tela e trabalhava sobre ela. Com a técnica de projeção ele percebeu também, que não precisava saber desenhar para se tornar um pintor.
Nasceu o artista, para um estilo de arte que o acompanha até os dias de hoje.
Jovem na década de 60 vivenciando as noticias sobre a Guerra do Vietnã, a chegada do homem à lua, cantando Beatles e Rolling Stones, as comunidades hippies com a vida de liberdade, paz e amor, protestos em greves, participação de comícios e manifestações, nesse cenário o jovem Claudio fez a sua primeira obra “Paz”.
Estou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (FAU).
A arte no Brasil no final da década de 60 era marcada por acontecimentos sociais e políticos. Os centros populares de cultura, criados em 1961, influenciaram teatro, o cinema, a literatura e as artes plásticas. Por intermédio das artes protestava-se contra o autoritarismo do governo militar, que impedia a livre manifestação artística pela censura.
Para o iniciante Claudio Tozzi foi determinante a nova figuração que aparecia nas obras européias e norte americanas.
A Arte Pop americana representadas por Roy Lichtenstein e Andy Warhol fez Tozzi reiventar as técnicas da reprodução fotográfica e os recursos usados nas imagens publicitárias.
Desse período, Claudio Tozzi fez serigrafias da obra “Guevara vivo ou morto” e foi vender as reproduções em estádios de futebol e praças. Em 1968 a obra ficou exposta em Brasília e quase foi destruída num atentado por um grupo de extrema direita.
Obras desse período: “Mão/Multidão/Mão, retratando a situação social e politica do país, contrastava com obras inspiradas na Arte Pop como “Veja o nú” e “Desta vez eu consigo fugir”.
Como um pintor que vivia o seu tempo foi retratando cenas do cotidiano como a obra “Ocorrência 3.114” e “Astronauta” e inspirado por Marcel Duchamp criou a obra “Eu bebo chop ela pensa em casamento” baseada numa frase da musica de Caetano Veloso.
A pintura de Claudio Tozzi foi para as ruas, o artista pensava que as obras não deveriam ficar restritas as galerias de arte e na década de 70 fez um painel
“Zebra” colocado no alto de um edifício da Praça da República – SP. E “Colcha de Retalhos” final da década de 70 está na estação Sé do metrô paulista.
Foi construindo sua carreira em pesquisa sobre como compor linhas, formas, cores, texturas no espaço, de forma a construir uma forma que surpreenda o olhar de quem vê. Desse período a obra “Parafusos” e que depois repetiu o tema nas obras “Signo” e “Colheita”.
Outra influência para Claudio Tozzi foi o Pontilhismo usado pelo artista George Seurat. No lugar de pontos utilizou a técnica de retículas para compor suas obras, um exemplo é “Pássaros”.
A Arte de Tozzi foi se tornando cada vez mais uma dança de cores e formas. Segundo o artista: “O artista faz arte quando cria o próprio baile no espaço”.
A sua formação em arquitetura foi importante para Tozzi olhar o espaço da cidade e criar obras que recriam os espaços urbanos pelas suas imagens e cores. Um exemplo é a obra “Trama reticular urbana”.
Claudio Tozzi é um artista que traduz em formas geométricas, cores e desenhos a sua forma de expressão.