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Édouard Manet

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Édouard Manet nasceu em Paris, na França, no dia 23 de janeiro de 1832. Filho de um funcionário do Ministério da Justiça, detestava a ideia de seguir a carreira de advogado, pois se desinteressava por tudo que não fosse desenho.

O pai sugeriu a carreira militar. Manet presta os exames para a Escola Naval, mas é reprovado. O pai insiste e o engaja na tripulação do Havre et Guadaloupe, navio-escola que partiu de Havre para o Rio de Janeiro em 08 de dezembro de 1848. O ajudante de camareiro de 17 anos recebe do comandante pinceis e tintas para pintar as despensas do navio. “Foi a primeira vez que lidei com tintas”, recordou Manet anos depois.

O navio chegou ao Rio de Janeiro em 05 de fevereiro de 1849 e por mais de três meses ficou ancorado na Guanabara, tempo em que Manet pode apreciar as cores, as luzes e a natureza do verão carioca. De volta à França, Manet passa a estudar com o pintor Thomas Couture e apesar das constantes desavenças com o professor, permanece durante seis anos em seu estúdio.

Em 1852, nasce Leon Edouard, filho que teve com Suzanne Leenhoff. Como Manet era muito novo e um filho ilegítimo era inadmissível em uma família na posição da do pintor, as famílias apresentavam a criança como afilhado de Manet e irmão mais novo de Suzanne. Eles somente se casaram em 1863, após a morte do pai de Manet.

Em 1856, Manet rompe com Couture e prefere o contato direto com o mundo, Iniciando uma série de viagens, vai a Haia e Amsterdam, Dresden e Munique, Florença e Roma.

Manet, volta liberto das influências do antigo professor, mas sem esquecer as ofensas de mau pintor e insano, pinta o “Bêbado de Absinto” e leva pessoalmente a Couture, que não se conteve: “Só existe um bebedor de absinto aqui – o pintor que produziu tamanha barbaridade”.

Em 1860, o “Bêbado de Absinto” foi recusado pelo Salão dos Artistas Franceses, que acharam o quadro abaixo dos padrões exigidos, pois violava alguns princípios estéticos. Mais de 60% dos quadros tinham sido recusados, o que provocou uma reação dos artistas. Foi preciso a polícia intervir.

No Salão de 1861, o “Cantor Espanhol” obteve menção honrosa e em 1862, a “Lola de Valencia” foi aceita, pois se apresentava dentro das normas clássicas.

Seus quadros “Almoço sobre a Relva”, “Estrada de Ferro” e “Olympia” apresentam a mesma modelo, que é Victorine Meurent. O pintor ficou “impressionado pela sua aparência original e distinta”. Victorine também era pintora e expôs um autorretrato no Salão de 1876, ano que Manet foi recusado.

Em 1863, Édouard Manet provoca mais uma celeuma com a obra “Almoço na Relva”, a tela levada ao Salão causa um dos maiores escândalos na história da arte moderna. Pessoas verdadeiras pousaram para o pintor e uma senhorita, bastante conhecida, estava nua, e isso era demais para a moral da época, que só aceitava figuras nuas em alegorias ou temas mitológicos.

A obra foi exposta no “Salão dos Recusados”, que abriria caminho, anos depois, para os rebeldes impressionistas. Em 1866, Manet produziu o “Tocador de Pífano”, recusada pelo Salão daquele ano. Revoltado, o pintor montou uma barraca em pleno centro aristocrático de Paris.

Em 1871 organiza sua primeira venda de quadros. Um só comprador adquire 22 telas e paga 35 mil francos. A partir de 1873, com “Na Praia”, as pinceladas crescem, marcam os quadros com manchas cromáticas de diferentes tonalidades. As sombras ficam mais luminosas e ocupam maior espaço. As superfícies tornam-se mais vibrantes e sugestivas.

Em 1881, o júri do Salão decide conceder a Manet uma medalha no Salão Oficial.

Em 1882 é agraciado com a Legião de Honra. Ele agora divide seu tempo entre seus amores, seu trabalho no estúdio, seus bate-papos com os amigos impressionistas no Café Chantat e sua infecção na perna, resultado de uma insuficiência circulatória, que se torna cada vez mais grave.

Uma infecção na perna, negligenciada mo início como “um reumatismo sem importância”, veio abalar a saúde do pintor: sem o saber, Manet sofria de uma deficiência circulatória que se agravava. Segundo alguns biógrafos, o mal teria sido diagnosticado como ataxia locomotora, doença algumas vezes associada aos estágios finais da sífilis.

Em fins de março de 1883, Manet ainda trabalha normalmente. Mas, às vésperas da Páscoa, já está de cama, e os médicos diagnosticam gangrena em sua perna esquerda, que é amputada pra que se detenha o avanço da moléstia, Manet resiste, mas, após uma agonia prolongada, morre no dia 30 de abril.

Um ano depois de sua morte realizava-se uma exposição póstuma na Escola Nacional de Belas Artes, em Paris. Os crísticos já não mais se dividiam a seu respeito: definitivamente o reconheciam como um dos maiores nomes da pintura de seu tempo. Para Manet, tarde demais.

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