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O Cilindro, a Esfera, o Cone…

Decoração eclética colorida – impressão de arte de parede de galeria eclética divertida para quarto, imagens de pintura de artistas famosos (sem moldura)

Paul Cézanne, um dos percussores do Cubismo, explica em uma correspondência qual a sua visão em mostrar a natureza com sólidos geométricos e em outra, a necessidade do artista ficar em contato com a natureza.

Carta a Émile Bernard,

Aix, 15 de abril de 1904,

“Permita-me repetir aqui o que eu lhe dizia: abordar a natureza através do cilindro, da esfera, do cone, colocando o conjunto em perspectiva de forma que cada lado de um objeto, de um plano, se dirija para um ponto central.

As linhas paralelas ao horizonte dão a extensão, ou seja, uma seção da natureza ou, se preferir, do espetáculo que o Pater Omnipotens Aeterne Deus expõe diante de nossos olhos.

As linhas perpendiculares a esse horizonte dão a profundidade.

Ora, para nós, seres humanos, a natureza é mais em profundidade do que em superfície, donde a necessidade de introduzir nas nossas vibrações de luz, representadas pelos vermelhos e amarelos, uma quantidade suficiente de azulado, para se fazer sentir o ar.

Permita-me dizer que revi seu estudo do andar térreo do ateliê, ele está bom.

Creio que o senhor deve prosseguir nesse caminho, o senhor tem a inteligência do que é preciso fazer e chegará logo a virar as costas aos Gauguin e aos Van Gogh!”

Em outra carta a Émile Bernard, ele diz:

Aix, 26 de maio de 1904,

“ Aprovo em grande parte as ideias que você irá desenvolver no seu próximo artigo para o Occident.

Mas insisto sempre no seguinte: o pintor deve dedicar-se inteiramente ao estudo da natureza, e se esforçar para produzir quadros que sejam lições.

As conversas sobre arte são quase inúteis. O trabalho que leva à realização de um progresso do nosso oficio é uma compensação suficiente por não sermos reconhecidos como imbecis.

O literato exprime-se com abstrações, ao passo que o pintor concreto o faz por meio do desenho e da cor, suas sensações, suas percepções.

Não somos nem escrupulosos demais, nem sinceros demais, nem submissos demais à natureza, mas somos mais ou menos senhores do nosso modelo, e sobretudo dos nossos meios de expressão.

Penetrar o que se tem diante de si e perseverar em se exprimir o mais logicamente possível.”

 

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