Clara Peeters

Clara Peeters
   

Clara Peeters nasceu em Antuérpia, estima-se que tenha vivido entre os anos de 1588 a 1621. Embora tenha sido uma figura influente na sua época, sabe-se muito pouco sobre sua vida.
Mesmo as datas indicadas para importantes eventos da vida da artista, como o batismo e o casamento, não estão claramente associadas a Clara Peeters, artista. Pensa-se que ela foi batizada em 1594 e se casou em 1639, ambos os eventos ocorrendo em Antuérpia.

Em alguns momentos de sua carreira, pode ter residido em Amsterdã e Haia. No entanto, não há menção a ela nos registros existentes na associação de pintores de Antuérpia, o que dificulta a compilação de uma cronologia confiável de sua vida.

Pintora do período Barroco, conhecida por seu trabalho meticuloso, arranjo sofisticado de materiais e capacidade de capturar com precisão as texturas dos variados objetos.

Captou magistralmente cenas de elaborados banquetes e ramalhetes de flores, onde se percebe a suculência e o frescor dos alimentos, as nuances das bebidas, o brilho das porcelanas, dos vidros e metais. Usando muito realismo, pinceladas precisas e cores vibrantes.

Suas primeiras pinturas à óleo datadas foram concluídas durante os anos de 1607 e 1608.

Uma das únicas artistas flamengas do sexo feminino que pintou naturezas-mortas no século 17. Sua dedicação à esse gênero resultou das limitações impostas às artistas mulheres da sua época. Elas eram proibidas de cursar belas-artes, não podiam participar das aulas de pintura com modelos que posavam nus. Então, tinham que encontrar outros gêneros de pintura como paisagens e naturezas mortas.

Seis das suas pinturas incluem a mesma faca de prata ornamentada com a inscrição do seu nome. Visível na lâmina de pelo menos três dessas facas é uma marca de prata de Antuérpia.

Naquela época, as facas eram carregadas pelos convidados quando eles eram chamados para jantar à mesa de outra pessoa. Facas deste tipo também foram usadas como presentes de casamento. A faca nas pinturas de Peeters poderia ser uma lembrança de seu próprio casamento ou pode ter sido herdada.

Os objetos valiosos, geralmente vasos e taças polidos, também serviam como peça central de outra inovação importante: o autorretrato na natureza-morta.

Um exemplo dessa técnica de vanguarda é Natureza-morta de Flores, um Cálice de Prata Dourada, Frutas Secas, Guloseimas, Palitos de Pão, Vinho e um Jarro de Estanho (1611), no qual é incorporada um reflexo um tanto distorcido da artista na pintura das superfícies polidas.
Com essa obra, Peeters se tornou uma das primeiras artistas a incorporar o autorretrato em suas naturezas-mortas. Esse elemento inovador logo permeou o mundo da arte e passou a ser utilizado por outros artistas flamengos do século 17.

As pinceladas exigentes de Clara Peeters desenvolveram pinturas, incluindo Natureza-morta com Peixe, uma Vela, Alcachofras, Caranguejo e Camarão (1611). A conhecida pintura mostra os pescados e frutos do mar capturados recentemente. Aqui, também há um autorretrato na tampa da jarra e acredita-se que é a primeira natureza-morta com peixes.

Clara Peeters pode ter exportado sua arte através de revendedores, o que explicaria a ampla distribuição de suas pinturas. Na primeira metade do século 17, Antuérpia esteve na liderança na produção e exportação de pinturas na Europa.

Um fato marcante foi a realização em 2016 de uma exposição individual das obras de Clara Peeters, porque ela se tornou a primeira artista mulher a ter uma mostra individual nesse conceituado museu.

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