As Banhistas, Renoir

As Banhistas, Renoir
   

Renoir começou esta tela em 1918 e terminou-a no meio de fortes dores, em 1919, poucos meses antes de sua morte. Nela ele torna a tratar pela última vez seu tema mais constante: o nu feminino, que ele tanto gostava de expressar em quadros protagonizados por jovens banhistas.

Uma vez mais ele representa duas moças que, recostadas em um campo repleto de flores, descansam depois do banho, enquanto, ao fundo, três moças brincam na água.

Com esta obra, Renoir faz uma espécie de resumo e compêndio de todas as outras que havia realizado com este motivo. As moças refletem o mesmo arquétipo do ideal feminino do pintor, são jovens robustas e volumosas, similares às que ele sempre havia pintado, cujas abundantes formas se integram perfeitamente na exuberante natureza, conformando uma imagem com a qual ele logra plenamente sua aspiração de apreender a beleza feminina em uma Arcádia eterna, inundada de sol.

Com esta obra, Renoir chega a culminar um estilo no qual havia estado trabalhando durante os últimos vinte anos. Este estilo se caracterizava tanto pela temática de seus quadros como por seu procedimento técnico.

Em relação ao tratamento da figura humana, uma vez mais ele expressará estas banhistas de corpos pesados, peitos firmes, ombros redondeados e cabeças esféricas, com poses completamente naturais e um caráter um pouco sonhador.

Traçando-as à base de pinceladas ágeis e diluídas, por meio de um movimento vivaz e sinuoso, em uma composição onde a linha reta jamais aparece porque, como o próprio Renoir afirmou, esta não existe na natureza.

O quadro se compõe de um desbordante recobrimento de flores e vegetação. Ele utiliza um colorido em que predominam os tons vermelhos rosados aos que une um turbilhão de brancos, amarelos, verdes e azuis que ele espalha de maneira imprecisa por todo o quadro.

Esta é sem dúvida uma das obras primas de Renoir. Nela se resume tanto a fascinação que ele sentia pelo nu feminino como sua capacidade para criar obras cheias de alegria de viver, representadas pela integração com a natureza.

Uma natureza de primavera eterna cheia de vida e de cor. É justamente ao final de sua vida e especialmente nesta obra, que Renoir consegue a dignidade e a grandeza dos antigos.

A opulência de carnes destas banhistas aparece quase como uma visão delirante do artista inválido e consumido que as pintava. Estas moças possuem um brilho natural e a serena autenticidade de seus comedidos movimentos que as tornam deusas terrenais.

As Banhistas, 1918-1919, óleo sobre tela, 110 x 160 cm, Pierre-Auguste Renoir, Museu d’Orsay, Paris.

pincelAgora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Renoir, experimente desenvolver sua releitura sobre o tema ou inspire-se nas características da pintura desse artista e retrate um grupo de pessoas descansando. usando o material colorido que você mais gostar.

quadroFotografe seu trabalho e compartilhe sua experiência nas nossas redes sociais com a #historiadasartestalento

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

%d blogueiros gostam disto: