O que é escultura e o que apreciar nela

História das Artes > Sala dos Professores > O que é escultura e o que apreciar nela
O que é escultura e o que apreciar nela
   

Escultura é uma forma de expressão artística que consiste na manipulação da matéria com  intenção de criar formas tridimensionais.

Toda peça escultórica supõe um volume no espaço, que tem valor tanto em si mesmo como em sua relação com o entorno. A escultura define certa silhueta e era determinada massa, que pode sugerir tanto peso e solidez como fluidez e leveza.

A massa afirma-se por meio da superfície: aí entram em jogo os valores táteis, ainda que percebidos por meio da visão, como o mole e o duro, o liso e o rugoso, bem como a cor.

A apropriação do espaço que envolve a peça pode vir predeterminada, como consequência, em alguns casos, da parte que se torna como ponto de partida ou, em outros, da submissão a um determinado marco arquitetônico. Nesse sentido, é muito importante a localização da escultura. Por isso, é preciso sempre manter certa distância para sua contemplação, que deve considerar vários pontos de vista e outros elementos artísticos ou naturais do lugar, especialmente a luz.

Classificação da escultura

A escultura isolada, também chamada de volume redondo, é aquela que admite um deslocamento visual ao seu redor para ser contemplada. Para tanto, concentra-se em si mesma todos os valores simbólicos-perceptivos. às vezes está associada à arquitetura, com a qual estabelece relações iconográficas e representativas, fazendo-se alusões ao edifício, ou ornamentais, ocupando certas superfícies e até grandes espaços que determinam o aspecto do edifício.

O relevo é outra forma escultórica. Existem os alto-relevos em que as figuras são moldadas sobre uma superfície da qual se destacam em acentuado relevo, e os baixo-relevos, esculturas pouco salientes executadas sobre um plano do qual se destacam em menos da metade do volume real.

Esculpir e talhar

O processo mais comum de produção de esculturas consiste em eliminar matéria de um bloco de pedra ou madeira, que são os materiais mais comuns, até encontrar a forma desejada. O mármore é um dos materiais mais usados pelos escultores, bem como outros materiais pétreos, como o alabastro, a pedra calcária ou o granito, além de materiais orgânicos como o osso ou o marfim.

Para trabalhar a pedra recorre-se a objetos pontiagudos, que são inseridos no material diretamente ou por meio de um martelo, como a ponteira, que leva ao desbastamento inicial do material; vários tipos de cinzéis, de fio reto ou dentado, com dentes pontiagudos ou retos, para conformar as superfícies; a broca de mão, para perfurações profundas; ou o trépano, para fazer furos.

No entanto, até chegar ao acabamento final, é necessária a utilização de limas, grosas e pedras para polir, como a pedra-pomes, o esmeril e materiais abrasivos com os quais se esfrega a peça para se obter a pátina desejada.

Ao longo da história, os escultores vêm trabalhando cada vez mais em ateliês especializados. Ao trabalharem com pedras, inicialmente realizam modelos prévios da mesma forma e volume, frequentemente em gesso. Seu uso requer conhecimento de procedimento geométricos (cuja execução, muitas vezes não é realizada pelo próprio artista que concebe a escultura) que permitem avaliar, mediante uma caixa de varetas ortogonais, em que ponto se deve aplicar o golpe.

Modelar

Além da concepção da escultura como resultado de um processo de subtração, existem vários procedimentos em que a expressão do volume se alcança mediante em conceito inverso, o da adição. A ocupação do espaço escultórico ocorre a partir da adição e modelagem de material mole (barro, gesso ou cera), até alcançar a forma idealizada. Esses materiais são trabalhados com pontas de madeira, diferentes tipos de espátulas, telas úmidas e, fundamentalmente, com a mão, que outorga uma dimensão criativa direta à tarefa.

Fundir

A escultura em bronze exige um modelo concebido anteriormente, com volume idêntico. A partir desse original, realizam-se em negativo os moldes, que permitem a produção em série. O procedimento mais habitual é a fundição oca, que pede a construção de um núcleo sobre o qual se colocam os moldes, deixando-se um espaço vazio para a soldagem.

Outro método muito comum consiste em revestir de cera um suporte de material refratário. Uma vez modelada a cera, o suporte é novamente coberto e submetido ao calor. A cera se funde e deixa um vazio que servirá à soldagem. Uma vez extraída a escultura, leva-se a cabo a tarefa de retoque e polimento.

Colagem

A ideia de integrar elementos de procedências diversas, com a intenção de configurar um objeto suscetível de ser julgado globalmente como uma peça escultórica unitária, está com frequência presente na tradição histórica, ainda que o desenvolvimento sistemático da ideia da escultura como construção, em sua dupla dimensão técnica e conceitual, esteja estritamente ligado às aspirações de arte contemporânea.

O fato que, circunstancialmente, esses materiais tenham a forma de objetos com significados em outros contextos e estejam ligeiramente modificados não afeta a essência do processo em si. Quando esses objetos se integram em um corpo único, o resultado é denominado assemblage (colagem, em francês). Em todo caso, o volume resultante é suscetível, segundo o desejo ao artista, de ser fundido em outro material.

2 comentários em “O que é escultura e o que apreciar nela”.

Os comentários não representam a opinião do www.historiadasartes.com, a responsabilidade é do autor da mensagem.
    1. Olá, Marcelo, agradecemos seu elogio. Continue pesquisando seus temas preferidos por aqui. Aproveite para seguir-nos nas redes sociais e divulgar para seus colegas de classe.
      Abraço,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

%d blogueiros gostam disto: