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Catedral de Chartres

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A cidade de Chartres fica a 90 km de Paris, o deslocamento de trem ou de carro é de 1 hora. Nessa cidade encontramos a Catedral de Chartres, que teve sua construção iniciada em 1145 e foi reconstruída após um incêndio em 1194.

O interior impressiona tanto pelos 37 m de altura que alcança a nave central como pela harmonia e elegantes proporções, embora infelizmente já se tenha perdido a maioria da estatuária original.

As igrejas góticas tinham sua abside virada para sudeste e a sua fachada para noroeste e os transeptos, formando os braços da cruz, estavam orientados para o nordeste e o sudeste, de modo que os fiéis entrando pelo ocidente se dirigissem para o santuário no oriente, virado para o nascer do sol.

A Igreja de Notre-Dame de Chartres se destacou no período da Idade Média, ostentando o título de maior catedral gótica da Europa. O local é um santuário de adoração que chamou a atenção em meio a maravilhosas construções medievais, e em um período em que a arte era essencialmente religiosa, conseguiu se tornar um centro de purificação para onde convergiam milhares de viajantes em busca de conforto espiritual e físico.

A catedral foi construída sobre uma antiga igreja românica e foi a segunda igreja em estilo gótico da Europa. Começou a ser construída em 1020 e foi inaugurada em 1064. Marcada pela verticalidade e majestade da arquitetura gótica, Chartres é repleta de história e misticismo, que aliados à precisão arquitetônica, continuam a impressionar seus visitantes.

Em 1194, a catedral foi devastada por um incêndio e foi feita uma reconstrução completa da sua nave e do coro. A maior parte da catedral atual foi construída entre 1193 e 1250. Os seus vitrais se mantiveram intactos e a arquitetura sofreu pequenas alterações desde o século 13. Durante a revolução francesa, a catedral foi quase destruída por uma multidão num ato contra a religiosidade e, neste mesmo período, as placas de bronze do labirinto que se encontra no interior da catedral foram retiradas, derretidas e usadas para fins militares.

Até o final do século 12 a igreja já havia se tornado um destino de peregrinos cristãos. Lá aconteciam quatro grandes feiras que coincidiam com as principais festas de Maria e vários fiéis viajavam até o local na expectativa de poderem ver o manto da Virgem. Segundo a lenda, o manto usado por Maria no nascimento de Jesus havia sido doado à catedral por Carlos Magno. O imperador teria recebido a relíquia como presente de Constantino VI em uma das cruzadas.

VITRAIS

Chartres é famosa por seus vitrais que ocupam uma superfície de 2.600 m² – considerada a maior superfície do mundo em vitrais – são ilustrados com passagens bíblicas, retratando a vida dos santos, assim como alguns tem temática laica, e ilustram a construção da catedral. Temos 80% dos vitrais originais. O tom de azul utilizado é tão peculiar, e resistente ao tempo, que recebeu o nome de “bleu de Chartres”.

A catedral possui mais de 150 vitrais que narram passagens do Novo e do Velho Testamento, incluindo fatos importantes da vida de Cristo, da vida de alguns santos e inclusive símbolos do zodíaco e cenas do cotidiano. A maioria desses vitrais pertencem aos séculos 12 e 13.

O CAMINHO INTERIOR

No interior da catedral há um grande labirinto (século 12) com 261,55 metros de extensão e quase 13 metros de diâmetro, inscrito no piso da nave da igreja. O labirinto de Chartres já despertou a imaginação de escritores de romances, porém a explicação é mais simples: o labirinto é uma manifestação do caminho simbólico que leva o homem a Deus, criado e encomendado pelos monges para a penitência e meditação.

A Catedral de Chartres chegou a ser considerada a Jerusalém celeste, o lugar para onde os peregrinos migravam quando impossibilitados de irem à Terra Santa. A entrada na catedral não se dava pela porta da fachada principal, antes o peregrino descia aos seus subterrâneos com o intuito de se purificar. Na cripta, ele rezava para a imagem da Virgem Negra e bebia a água de um poço subterrâneo, que tinha a fama de realizar milagres. O peregrino ficava ali durante horas ou até dias em oração até se sentir harmonizado e purificado para subir até a catedral.

Na realidade, a cripta faz parte da igreja românica, anterior à construção de Chartres, e, portanto, sua arquitetura difere-se do resto da catedral, sendo um local escuro, propício à introspecção. Mesmo o interior da igreja não é muito iluminado, dessa forma, seus vitrais se destacam e ficam mais nítidos para o visitante.

O labirinto, perto da fachada Oeste, também conhecido como o Caminho de Jerusalém, é um caminho é formado por 11 círculos concêntricos, representado no chão do edifício por exatamente 365 pedras brancas e 273 pedras negras fazendo uma alusão ao ano solar e lunar e ao seu centro há uma rosa. Ao percorrê-lo, o indivíduo pode ter a impressão de que irá se perder, mas sempre chegará ao centro.

Como simbolismo da peregrinação à Jerusalém, muitos fiéis o percorria de joelhos. Nessa caminhada, de aproximadamente 1 hora, o andar circular constante leva a pessoa a perder suas referências de espaço e tempo, entrando, no que se acredita ser um estado de meditação, aquietando sua mente e encontrando a paz. A chegada ao centro era o momento da conexão do peregrino, já purificado e preparado, com as energias celestes.

agenda

Catedral de Chartres. 16 Cloître Notre Dame, Chartres, França. O labirinto fica aberto todas às sextas, da primeira sexta-feira da Quaresma até a última sexta-feira em outubro.


SaibaMais
Há muitos outros labirintos na França, mas esse é o maior deles. No centro do labirinto há uma placa de metal que descreve a batalha de Teseu e o Minotauro referindo-se ao mito antigo de Knossos e seu labirinto.
Em 24 de outubro de 1260 a catedral foi consagrada na presença do rei Luís IX. O rei Henrique IV foi o único monarca francês a ser sagrado neste Templo.

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Respostas de 4

  1. Por favor, você poderia apresentar as fontes do textos para eu usar com fins de trabalho acadêmico.
    Grato.

    1. Vinicius, todas as publicações são resultados de anos de pesquisas, estudos, visitas, leituras, cursos, experiências profissionais e outras fontes de conhecimento. No rodapé desta página há a indicação de como você faz a referência dos créditos do nosso site no seu trabalho.

  2. Sugiro a correção da data do incêndio em Chartres (logo no início do texto). 1994 está, evidentemente, incorreto.
    Um abraço.

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