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Apolo e Dafne, Antonio del Pollaiuolo

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Amor, ofendido pelo deus Apolo, lança contra a ninfa Dafne uma das suas flechas de chumbo, que provocam a repulsa ao amor, enquanto dispara contra Apolo uma flecha de ouro, que infunde em quem a recebe um sentimento amoroso.

Enamorado pela jovem, o deus persegue-a incessantemente, até que a ninfa, com a ajuda do pai (deus fluvial Peneu), transforma-se um loureiro no preciso momento em que Apolo está prestes a alcançá-la. É assim que o mito de Apolo e Dafne é narrado na Metamorfose, de Ovídio.

Neste pequeno quadro, a perseguição do deus e a fuga da ninfa estimulam Pollaiuolo na representação da contrastada relação entre o homem e a natureza e entre os diversos aspectos da pulsante vitalidade cósmica.

O pintor, também ourives e escultor, juntamente com o seu irmão Piero, delineia os dois protagonistas com um traço nervoso e energético, realçando no gesto atlético a vigorosa força da juventude.

A intensidade vibrante das imagens nasce do esboço em diagonal que anima as duas figuras quase suspensas no ar e da carga dramática dos ramos frondosos que surgem dos braços de Dafne, plasmada no esforço vão de fugir à captura de Apolo e àquela, mais insinuante e definitiva, da terra.

Os braços da ninfa Dafne já se transformaram em rústicos troncos de louro, símbolo da superioridade do amor espiritual sobre o amor carnal. Este mito teve muito sucesso entre os artistas de todas as épocas porque era interpretado como a vitória da castidade sobre o amor sensual.

O deus Apolo é representado por Pollaiuolo de perfil, como um jovem do Renascimento, vestido à moda do ambiente dos Médicis, situando dessa forma o episódio mítico na própria época. Apolo simboliza a força e a vitalidade juvenil.

A plena coloração do episódio mítico na paisagem semelhante à Toscana natal, acentua a intensa poesia da cena: ao fundo, os meandros sinuosos do rio desenham uma profundidade de perspectiva análoga à dos quadros de Piero della Francesca e dos artistas flamengos.

Apolo e Dafne, c.1470-1480, óleo sobre madeira, 29,5 x 20 cm, Antonio del Pollaiuolo, National Gallery, Londres.
pincel

Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Pollaiuolo, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição baseada em algum assunto mitológico sobre o amor, usando o material que você mais gostar.

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