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Macchiaioli

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Macchiaioli foi um grupo de jovens pintores de diferentes contextos sociais, animados por um forte sentimento patriótico, subverteram as convenções da acadêmica de pintura, rompendo com o neoclassicismo e com o romantismo, e assim renovaram a pintura italiana.

O movimento Macchiaioli nasceu em 1855 e durou até meados da década de 1870, quando há o esgotamento da técnica e a desintegração do grupo. Eles foram precursores dos impressionistas que, a partir da década de 1860, buscariam objetivos semelhantes na França.

Em 1856, esse grupo de artistas em torno do crítico Diego Martelli começaram a se reunir no Caffè Michelangiolo, que ficava a poucos metros da Academia Florentina de Belas Artes, onde discutiam arte e política.

O Risorgimento foi o movimento na história italiana que aconteceu entre 1815 e 1870 para unificar o país, que era uma coleção de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras. Muitos desses artistas foram voluntários e participaram ativamente das campanhas revolucionárias desse período.

Esses artistas uniram-se a esse sentimento patriótico que queria uma única Itália como uma nação forte e que poderia competir com as demais nações europeias.

A Exposição Nacional de Belas Artes de Florença, em 1861, trouxe artistas de diversas regiões mostrando sua forma de pintura inovadora com tom realista, demonstrando a disseminação do movimento Macchiaioli pela Itália.

O termo foi cunhado em 1862, quando um jornalista da Gazzetta del Popolo os chamou pejorativamente de Manchiaioli (“manchistas” originado da palavra italiana macchia, que em português significa mancha), indicava que seus quadros eram construídos com manchas de cor, uma pintura em fase de esboço preliminar, sem contornos definidos. No entanto, um dos pintores, Telemaco Signorini adotou positivamente tal termo.

As suas pinturas comunicam uma visão simplificada e inovadora da paisagem, com fortes contrastes de luz capturados pela justaposição de manchas de cor, rompendo com o claro/escuro tradicional. Pintavam ao ar livre, em busca de motivos e efeitos que expressam boa destreza e emoção sentida diante da natureza.

Os Macchiaioli se converteram nos melhores cronistas com suas pinturas de batalha em uma perspectiva mais humana e cordial dos soldados, dos prisioneiros e dos feridos.

Entre 1861 a 1865, a fazenda, herdada por Diego Martelli, na costa de Castiglioncello, tornou-se o centro de um animado cenário artístico. Assim nasceu a Escola de Castiglioncello, na qual cada um desses artistas direcionou suas pesquisas para uma transposição lírica da paisagem. A natureza torna-se protagonista, a figura humana é secundária, os suportes são longos e estreitos para focar o assunto em primeiro plano, como se o olho realçasse seus detalhes sob uma lente de aumento.

Outros artistas preferiram inspirar-se na vida do interior, ocupações domésticas e a ociosidade da burguesia culta que se refugiava em Piagentina, um local fora as antigas muralhas florentinas. Esse período denomina-se Escola da Piagentina e foi fundada por Signorini, Abbati, Borrani, Langlade e Madier.

Alguns membros do grupo Macchiaioli viajaram para Paris a fim de estabelecer uma ponte de pesquisas. É o caso do crítico Diego Martelli, que esteve na cidade luz nos anos de 1862, 1869, 1870 e 1878. Essa última estadia foi a mais significativa, estabeleceu relações com a elite artística e literária do Caffè Nouvelle Athènes. Ele ficou muito amigo de Edgar Degas.

No final da década de 1870, a situação do grupo florentino mudou profundamente; o espírito de agregação também se enfraqueceu devido ao surgimento das novas correntes do naturalismo. Os únicos artistas a manter uma linha atualizada para a linguagem realista são Fattori, Lega e Signorini.

A pintura dos Macchiaiolli influenciou cineastas italianos como Luchino Visconti e Mauro Bolognini, que se inspiraram na iconografia e na linguagem desses pintores.

Destacamos os artistas:

Giovanni Boldini (1842 – 1931) consagrado como retratista aos 20 anos, transfere-se para Florença e estuda na Academia, onde trava contato com alguns pintores Macchiaioli. Visita a Exposição Universal de 1867 em Paris, quando conhece Degas, Manet Sisley, Caillebotte e Corot.  Três anos mais tarde, faz uma estada em Londres, estudando grandes retratistas e caricaturistas ingleses do século 18. Em 1871, se estabelece em Paris. Em 1875, numa viagem à Holanda conhece Frans Hals, e começa a usar diversas tonalidades negras e chumbos profundos nas suas obras. Nos anos finais da sua atividade como artista aparecem os problemas de saúde e principalmente por um progressivo enfraquecimento da vista.

Telemaco Signorini (1835-1901) incentivado pelo pai, em 1852, ele se matriculou na Academia Florentina e, em 1854, estava pintando paisagens ao ar livre. Foi voluntário na Segunda Guerra da Independência da Itália em 1859 e depois pintou cenas militares que exibiu em 1860 e 1861. Ele fez sua primeira viagem fora da Itália em 1861, quando visitou Paris, para a qual muitas vezes retornaria nas décadas que se seguiu. Lá ele conheceu Degas e um grupo de artistas italianos expatriados em sua órbita, incluindo Giovanni Boldini, Giuseppe De Nittis e Federico Zandomeneghi. Ele desviou a atenção da pintura histórica e do retrato acadêmico para uma nova interpretação poética da paisagem natural.

Giuseppe de Nittis (1846-1884) se associa aos Macchiaioli no início da carreira. A viagem a Paris, em 1868, leva-o a aproximar-se do impressionismo. As paisagens com pontes constituem marcas registradas de seu trabalho, e um dos elementos com base em que os críticos registram seu interesse pela arte japonesa. Faleceu aos 38 anos em virtude de derrame cerebral.

Federico Zandomeneghi (1841-1917) com  15 anos inicias seus estudos na Academia de Belas Artes de Veneza, e depois na Academia de Belas Artes de Milão. Em 1860, ele tentou se unir às forças de Giuseppe Garibaldi. Em 1862, ele se mudou para Florença por 5 anos, onde teve contato com os Macchiaioli. Muda-se para Paris em 1874, onde passaria o resto de sua vida. esse período, ele convive bem de perto com os importantes artistas impressionistas e participa de exposições. Para complementar sua renda, também desenha ilustrações para revistas de moda.

Silvestro Lega (1826 – 1895) – A Pérgula, 1868 – são outros integrantes dos Macchiaioli.

Os cenários sóbrios de Giovanni Fattori (1825-1908) – caracterizados por nítidos contrastes de luz e sombra e pela solidez das formas – constituem outro exemplo importante da pintura dos Macchiaioli O Círculo de Palmieri, 1866 e Artilharia em Manobra, 1890 – 1900.

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