Com título original The Man who stolen Banksy, o documentário de Maro Proserpio, que acompanha o pedaço de concreto com a obra O Soldado e o Burro, originalmente um muro pintado em 2007 na Cirsjordânia por Banksy. A peça foi cortada do muro a ajuda de Walid, um taxista local, para ser vendida no eBay e posteriormente negociada nas prestigiadas casas de leilão.
Com a narração do cantor Iggy Pop, o diretor levanta questionamentos sobre o mercado paralelo e clandestino de muros, grafitados pelos artistas de rua, levando pessoas a se apropriarem das obras de rua.
A arte de rua coloca holofotes para onde as pessoa devem olhar, o meio em que ela está inserida faz parte da arte. O muro da Cisjordânia, que divide Belém em duas, segregando palestinos do Estado de Israel, é a própria ideia. Portanto, ele é mais importante do que as pinturas e as mensagens que estão nele.
Essa interação com a cidade e com o público não é e nem deve ser permanente, fruto de um tempo e de um lugar e quando é retirada de seu contexto original, ela perde seu valor documental e político, ainda que seja com a intenção de preservá-la. A arte que estava no espaço público para ser apreciada pelas pessoas, torna-se privada, transmutando a ideia inicial de revolução.
De forma descontraída, o documentário traz à tona questões para o espectador refletir sobre propriedade intelectual, ética e moral, a relação entre a legalidade ou não da arte no contexto público e privado, histórico e social.