Eliseu Visconti

Eliseu Visconti
   

Eliseu d’Angelo Visconti nasceu na comuna de Giffoni Valle Piana, província de Salerno, na região italiana da Campânia.

Imigra em 1873 com sua irmã Marianella para o Brasil, indo diretamente para a fazenda de propriedade de Luís de Sousa Breves, o barão de Guararema, em Além Paraíba.

A profunda afeição da Baronesa pelo pequeno Eliseu coloca-o ainda jovem estudando no Rio de Janeiro. Após um frustrado início na música, ingressa em 1882 no Liceu de Artes e Ofícios.

Três anos depois, sem abandonar o Liceu, matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes, tendo como professores Zeferino da Costa , Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli, Victor Meirelles e José Maria de Medeiros.

Em 1888, abandona a Aiba para integrar o Ateliê Livre, que tem por objetivo atualizar o ensino tradicional.

Com as mudanças ocorridas com a Proclamação da República, a Aiba transforma-se na Escola Nacional de Belas Artes – Enba.

Visconti volta a frequentá-la e recebe, em 1892, o prêmio de viagem ao exterior.

Vai à Paris e ingressa na Escola Nacional e Especial de Belas Artes; cursa arte decorativa na Escola Guérin, com Eugène Samuel, um dos introdutores da art nouveau na França.

Viaja à Madri, onde realiza cópias de Diego Velázquez, no Museu do Prado, e à Itália, onde estuda a pintura florentina.

Em 1900, regressa ao Brasil e, no ano seguinte, expõe pela primeira vez na Enba.

Executa o ex-libris para a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e vence o concurso para selos postais e cartas-bilhetes, em 1904.

Em 1905 é convidado pelo prefeito da cidade, engenheiro Pereira Passos, para realizar painéis para a decoração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Os modelos para seus quadros, em grande parte, passam a ser sua mulher e seus filhos. O artista começa a destacar-se por suas qualidades de colorista.

Em Maternidade (1906), elas podem ser vistas no azul da saia de seda da mulher, com reflexos prateados, e no branco da blusa e do chapéu.

Para o crítico de arte Mário Pedrosa o contraste das cores e a beleza das texturas dos panos são os assuntos principais da tela. É uma obra que resulta das pesquisas realizadas em contato direto com a natureza, como os estudos de paisagem que faz do jardim de Luxemburgo, em Paris.

É nomeado em 1906, ainda na França, professor da cadeira de pintura da Enba, cargo que ocupa de 1908 a 1913.

Nesse período, seu trabalho aproxima-se do pontilhismo, como por exemplo, em A Rosa (1909).

Em O Retrato de Gonzaga Duque (1908/1910), pinta o maior crítico de arte do período, de modo realista, com uma bem-composta superposição de tons castanhos em fundo escuro.

Visconti volta de Paris, no início de março de 1909, casado com Louise Palombe, fato que se reflete grandemente em sua carreira, e marca uma virada em sua preferência temática.

Retorna à Europa para realizar também, entre 1913 e 1916, a decoração do foyer do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e só se fixa definitivamente no Brasil em 1920.

Segundo alguns estudiosos, é considerado um praticante do art nouveau e do desenho industrial e gráfico no Brasil, com obras em cerâmica, tecidos e luminárias.

Eliseu Visconti realiza muitos autorretratos. Mais sóbrios no começo do século, são trabalhados com cores claras e vibrantes e pinceladas largas, no decorrer das décadas de 1930 e 1940.

Em vários deles, representa-se como pintor, segurando a paleta ou os pincéis, como em Ilusões Perdidas (1933).

Artista eclético, dedica-se com liberdade à sua produção artística, na qual dialoga com tendências contemporâneas como o art nouveau, o simbolismo, o pontilhismo e o impressionismo, buscando a atualização da arte no país.

Prosseguiria Eliseu Visconti na busca incansável pelo novo, evoluindo em sua técnica e desconhecendo estágios de decadência.

Entretanto, três meses após ser golpeado na cabeça em um assalto ao seu ateliê, falece o artista em 15 de outubro de 1944, aos 78 anos de idade.

 

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