O Cânion do Rio Poti, um afluente do Rio Paraíba, se estende por quatro municípios: Crateus, no Ceará. Castelo, Buriti dos Montes e Juazeiro, no Piauí. Encontram-se sítios arqueológicos, um santuário da natureza cercado por mistérios e lendas.
A arte rupestre encontrada ao longo de quase três quilômetros, apresenta figuras pontilhadas, formas arredondadas, olhos que parecem surgir entre as pedras.
Os arqueólogos da Universidade Federal do Piauí dizem que a diversidade de gravuras mostra que diferentes grupos viveram por lá. Eles afirmam que centenas, talvez milhares de pessoas habitaram aquelas margens do rio. Por lá, ainda há muitas histórias a serem desvendadas.
SERRA DA CAPIVARA
No Sudoeste do Estado do Piauí, no município de São Raimundo Nonato, há outro importante sítio arqueológico onde, desde 1970, diversos pesquisadores vêm trabalhando.
Arte rupestre na Serra da Capivara, Piauí.
Em 1978, uma missão franco-brasileira coletou grande quantidade de dados e vestígios arqueológicos. Os pesquisadores classificaram essas pinturas e gravuras em dois grandes grupos: obras com motivos naturalistas e obras com motivos geométricos. Entre as primeiras predominam as representações de figuras humanas que aparecem ora isoladas, ora participando de um grupo, em movimentadas cenas de caça, guerra e trabalhos coletivos. No grupo de motivos naturalistas, encontram-se também figuras de animais, cujas representações mais frequentes são os veados, onças, pássaros diversos, peixes e insetos.
As figuras com motivos geométricos são muito variadas: apresentam linhas paralelas, grupos de pontos, círculos, círculos concêntricos, cruzes , espirais e triângulos.
Assista a entrevista com a arqueóloga Niède Guidon sobre as pinturas rupestres.