O Museu Casa de Portinari é um complexo constituído de uma casa e anexos que são resultados de sucessivas ampliações, revelando a simplicidade típica do interior.
Nos jardins da casa, em um cômodo anexo à residência, encontra-se a Capela da Nonna, avó, em italiano. Construída em 1941, a pedido de Candido Portinari, o local foi um presente para sua avó que, por conta da idade avançada e pouca saúde, não conseguia mais se deslocar até a igreja para assistir à missa e orar.
Na capela, o artista executou pinturas murais, utilizando a técnica têmpera, e representou os santos preferidos da avó, com fisionomias de familiares e amigos. A primeira missa no local foi celebrada pelo padre Francisco Siino, no dia 1º de março de 1941, com a presença de Candinho, como era chamado pelos seus familiares.
Segue o detalhamento das pinturas da Capela da Nonna:
São João Batista. Portinari teve seu irmão Luís (Lói) como modelo para essa pintura. João Batista realizava batismos como rito de purificação e conversão ao cristianismo. Aparece aqui ainda muito jovem ao lado de um cordeiro.
A visitação. Nessa pintura, a esposa Maria Victória e a irmã Olga posaram para Portinari, representando Santa Isabel e Nossa Senhora, respectivamente. Isabel e Maria eram primas. Isabel foi mãe de João Batista e Maria, de Jesus.
Jesus. Para representar, Jesus Cristo, Portinari teve um amigo como modelo. Nessa obra, Jesus prega o Evangelho fazendo um gesto como a indicar um caminho que é ele mesmo que conduz ao Pai, com a mão esquerda ao lado do coração.
Vaso rosa. Portinari pintou flores para os lados do altar da capela para que ficasse sempre florida.
Santa Luzia. Nessa pintura, a irmã Ida pousou para Portinari. Luzia de Siracusa, mártir cristã, entre as maiores dos primeiros séculos que por não querer renegar sua fé foi entregue a libertinos que, depois de fazê-la padecer de humilhações e tormentos, a degolaram. Seu nome em latim, Lucia (derivado de lux, luz). costuma ser invocada na cura das doenças dos olhos, daí carrega a figura de um par de olhos num prato.
São Pedro. Para essa imagem o pai de Portinari, Sr. Batista, foi o modelo. Pedro foi o chefe do grupo de apóstolos de Jesus Cristo. A figura traz duas chaves no cinto, símbolos do poder de abrir e fechar, permitir e não permitir, absolver e condenar.
Vaso azul. As flores eram homenagens aos santos e decoravam a capela para as missas que eram realizadas.
São Francisco de Assis. O irmão Osvaldo foi o modelo de Portinari para representar esse santo. Conhecido como protetor dos animais, o monge Francisco foi pintado com um pássaro pousando em sua mão.
A Sagrada Família. Um casal de amigos e um sobrinho de Portinari foram modelos para essa obra. A pintura traz Maria, José, o Menino Jesus e um pombo que, no cristianismo, simboliza o Espírito Santo ou a presença de Deus.
Santo Antonio de Pádua. Portinari teve como modelo para esse santo um de seus amigos. Seu filho João Candido pousou para a pintura do Menino Jesus. Antonio de Lisboa foi um monge franciscano português, pregador e missionário entre os muçulmanos e hereges, morto em Pádua. É representado com o Menino Jesus nos braços e conhecido como protetor dos pobres e dos casamentos.
Museu Casa de Portinari. Praça Candido Portinari, 298 – Brodowski – SP. Aberto de terça a domingo, das 9h às 18h. Entrada gratuita.
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