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Desdobramentos do Cubismo no Brasil

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Destacamos aqui importantes artistas brasileiros que tiveram influências do cubismo em suas obras.

Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) fez grandes obras pós-cubista. Morando em Paris desde 1911, chegou lá com 12 anos, participou efetivamente de seu ambiente artístico e se tornou membro do Salón des Indépendants, onde expôs diversas vezes. Em meados da década de 20, o pintor foi conidado a integrar o famoso Grupo da Galeria L’effort Moderne, de Léonce Rosenberg, que reunia a trinca de ouro do cubismo (Picasso, Braque e Gris), mais Gleizes, Metzinger, Léger, Herbin e Severini. Em 1925, Maurice Raynal, um dos maiores críticos do cubismo, fez o texto de sua individual na Galeria Fabre. Voltou ao Brasil em 1933, aos 34 anos.

Tarsila do Amaral (1886-1973) foi aluna de seu amigo Fernand Léger por apenas algumas semanas em outubro de 1923, ela absorveu do mestre sua característica síntese geométrica. Também próxima de outro cubista, este mais militante, Gleizes, com ele a pintora paulista aprendeu a estruturar o quadro “sem figuração, não plano ou recortes de figuras dispostas, mas plano interligados, integrados”, como escreveu Aracy Amaral em Tarsila – Sua Obra e Seu Tempo. Ao contrário da experiência relâmpago com Léger, a passagem pelo ateliê de Gleizes foi mais duradoura e marcante na sua obra posterior. De volta ao Brasil, em dezembro de 1923, dá entrevista ao Correio da Manhã em que se autodenomina uma pintora cubista.

Clóvis Graciano (1907-1988) o namora dele com o cubismo foi bastante tardio. O paulista de Araras começa com as influência do grande pai e antecessor do movimento, Cézanne. Característica que não era exclusiva de Graciano, que como, se sabe, era um dos mais destacados protagonistas da Família Artística Paulista, efêmero grupo que apareeu em 1935 e que se reunia no edifício Santa Helena, na Praza da Sé (demolido em 1971).

Antonio Gomide (1895-1967) demonstra seu caráter cubista na primeira metade dos anos 20 período em que sintetiza e depura seus objetos em vários planos simultâneos. Uma das obras mais representativas dessa fase é Ponte Saint Michel, de 1923, produzida primeiro em crayon e depois à óleo. A composição praticamente só utiliza duas cores, o ocre e o verde, e seus degradês. O volume é dado pelo jogo de claro e escuro desses tons.

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