Pintor, desenhista, gravador e publicitário,
Nasceu em Colatina – Espírito Santo em 31 de janeiro de 1925.
Estuda no Seminário São Francisco de Assis, em Santa Teresa, Espírito Santo, entre 1932 e 1939.
No começo da década de 1940, realiza seus primeiros desenhos.
Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1946, onde começa a pintar.
Frequenta aulas de modelo-vivo e de teoria das cores na Associação Brasileira de Desenho – ABD.
Atua em publicidade e artes gráficas.
Em 1952, passa a trabalhar com xilogravura e serigrafia, e nesta técnica possui expressiva produção.
Do fim dos anos 1950 até a metade da década seguinte, suas obras se aproximam dos princípios do movimento concreto.
Realiza xilogravuras figurativas, que remetem à origem rural do artista.
Começa a apresentar mais simplificação formal e o interesse pela geometria em suas pinturas.
São dessa fase telas em vermelho, branco e negro, ou apenas em branco, nas quais constrói o espaço pictórico com poucas linhas.
No entanto, mantém-se afastado do debate entre concretos e neoconcretos.
Em serigrafias do fim da década de 1950 e começo da seguinte, cria formas geométricas por meio de linhas que percorrem toda a superfície gravada, explorando a contraposição entre cheio e vazio ou positivo e negativo.
Dessas composições puramente lineares, como nota o crítico de arte Reynaldo Roels Jr., começam a aparecer versões diferentes, em que se altera o tratamento das linhas ou o jogo cromático.
Entre 1964 e 1966, produz trabalhos a guache, nos quais associa geometria e figura.
Realiza sua primeira exposição individual, em 1965, na Galeria Relevo, no Rio de Janeiro.
Desde a metade da década de 1960, dedica-se à arte abstrata, realizando principalmente obras em serigrafia.
Em 1967, recebe o prêmio aquisição na 9ª Bienal Internacional de São Paulo. Na década de 1970, destaca-se em sua produção pictórica a série Cordéis, na qual se nota a influência da arte cinética.
Esses trabalhos, que se encontram entre o relevo e a pintura, representam um ponto importante de suas pesquisas ligadas à arte cinética, revelando afinidade com a produção dos artistas venezuelanos Jesús Rafael Soto e Carlos Cruz-Diez.
Em 1975, recebe o Prêmio de Melhor Exposição de Gravura do Ano, da Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA.
Realiza mostras retrospectivas no Paço Imperial, no Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP, entre 1989 e 1990, e no Museu de Arte do Espírito Santo – Maes, em 1998.
Mais de 70 obras do artista, entre serigrafias e xilogravuras, integram o acervo do Maes.
A obra de Dionísio Del Santo situa-se entre a geometria e a figuração.
Sua atividade no campo da serigrafia é tão especial, que merece um destaque particular em sua trajetória.
O artista explora a técnica com grande refinamento e utiliza-a também como um campo experimental para suas produções.
Ministra diversos cursos em que incentiva o uso da serigrafia, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – EAV/Parque Lage.
Na década de 1990, Del Santo começa a trabalhar com formas mais complexas e uso intenso da cor.
Del Santo faleceu em 20 de janeiro de 1999, em Vitória – Espírito Santo.
“Dionísio Del Santo (…) aproximou-se do Concretismo nos anos 60. Quase à maneira de um puzzle, ele arma mundos fantasiosos valendo-se de formas geométricas distribuídas com precisão no espaço. Fundem-se a elas equilibradas dosagens de cor contrastante. Entretanto foi sobretudo através de um trabalho exaustivo na serigrafia, explorada em suas intrínsecas disponibilidades, que Del Santo tem alcançado repercussão para a sua obra”.
Walter Zanini – (org. História geral da arte no Brasil. Apresentação de Walther Moreira Salles. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983.)