Monet foi o principal pintor impressionista, e esta é uma das obras mais importantes do Impressionismo – uma paisagem moderna, pintada em estilo moderno, em pequena dimensão, sem nenhuma história para contar nem lição moral para comunicar. É uma fiel representação das impressões e sensações que os olhos experimentam.
A localidade é Argenteuil, uma das pequenas cidades no rio Sena, perto de Paris, que iam se abrindo aos viajantes e à indústria por meio das estradas de ferro. Monet viveu em Argenteuil entre 1871 e 1878.
O estilo de pintura criado pelos impressionistas foi facilitado pelos materiais de arte que havia pouco tempo se tornaram disponíveis. Enquanto os antigos mestres precisavam misturar suas próprias tintas, os impressionistas podiam comprar as cores prontas, em pequenos e práticos tubos de metal portáteis – que hoje são comuns, mas na época eram uma inovação.
Visto a distância o quadro dá a impressão instantânea de uma brilhante luz solar e das cores características do outono. De perto esse efeito se perde, porém nossos olhos se encantam com as ricas texturas, os vários tipos de pinceladas e a superfície pintada tudo isso combinado para criar um forte efeito sensorial.
Monet usou cálidos tons dourados para sugerir as folhas de outono. À esquerda, os tons de amarelo e rosa têm seu contraponto nos toques de verde. Este foi um dos primeiros trabalhos em que Monet assumiu a paleta com todas as cores do arco-íris, que iria se tornar característica dos pintores impressionistas.
A vastidão da lagoa azul conduz nosso olhar para dentro do quadro. O azul mais claro a distância e a moldura formada pelas duas massas de árvores ajudam a atrair os olhos para a profundidade.
Chaminé ou torre da igreja? A distância vê-se a chaminé de uma das novas fábricas de Argenteuil. Embora Monet se sentisse estimulado pelas rápidas mudanças sociais que ocorriam à sua volta, ele muitas vezes “cortava” do quadro qualquer edifício que considerava feio que pudesse estragar o efeito pretendido. Aqui, a chaminé pode ser tomada por uma torre da igreja e não interfere na atmosfera tranquila.
É típica do artista a composição bem equilibrada, onde as formas acima do horizonte se espelham abaixo do horizonte, nos reflexos da água.
As árvores à direita do quadro mostram claramente os riscos feitos por Monet ao raspar a tinta com a ponta do cabo do pincel, aliviando assim a densidade da tinta e criando a impressão fugidia do vento, que faz tremular as folhagens outonais.
Monet usa temperaturas cromáticas contrastantes e bem próximas – por exemplo, tons quentes de vermelho e laranja, ao lado de frios azuis. Cria assim uma sensação de calor combinada com a de frescor, característica de um dia ensolarado de outono.
A estreita faixa azul, entre o rio Sena e a cidade, cria um poderoso foco visual como uma espécie de ponte que use os dois grupos de árvores. Para isso, Monet trabalhava e retrabalhava a superfície da tela, entremeando diferentes texturas e cores para dar o efeito de objetos se dissolvendo no jogo de luzes.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Claude Monet, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma composição baseada no momento fugaz da natureza, usando o material colorido que você mais gostar.
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