Esta obra foi a primeira grande encomenda que Sorolla recebeu de Buenos Aires. Conseguiu-a através de seu representante Dom José Artal. A 10 de junho de 1902 se refletia por escrito a petição ou através de uma extensa carta onde se explicam detalhadamente as condições desejadas.A encomenda consistia na representação de um pomar de laranjeiras cheias de frutas; isto lhe obrigava a atrasar sua execução até o inverno. No mês de dezembro o artista se encontrava em Alcira, tomando notas para a obra definitiva. A obra vai-se atrasando apesar de que o pintor se comprometera a tê-la finalizada para enviá-la em fevereiro de 1903.
Posteriormente se soube que o quadro não chegou a Buenos Aires até o mês de julho.
A obra, pertencente ainda a seu período costumbrista, adquire um tom festivo que vai aparecendo cada vez mais em seus temas, deixando de lado o costumbrismo social mais preocupado pelo mundo do trabalho.
O período de formação do artista finaliza no ano 1903. O quadro está incluído nesta etapa em que se advertem umas características determinadas como a excessiva luz e a utilização de uma palheta forte e brilhante, destacando-se sobretudo os deslumbrantes brancos.
As figuras ficam recortadas e inclusive imersas na exuberante natureza, fundindo-se com ela. Estes personagens vão vestidos com a indumentária típica do local e estão desenhados com grande precisão.
Por entre as frondosas laranjeiras com seus frutos atravessam os raios de sol, iluminando irregularmente a composição. Destaca-se este magistral tratamento da luz e sua perfeita combinação com uma gama cromática de ocres, terras e verdes que criam uma atmosfera festiva.
A cena parece ágil e dinâmica no seu conjunto e sua composição preludia uma das preocupações que Sorolla vai desenvolver em suas posteriores obras: o movimento.
Da correspondência estabelecida entre o marchand Dom José Artal e Sorolla só conhecemos uma parte, já que a do pintor se perdeu.
Eis aqui uns fragmentos destas cartas em que o marchand releva as exigências e condições do cliente:
“O comprador é o Doutor D. José R. Semprun, um dos médicos de maior reputação de Buenos Aires, de boa fortuna, muito inteligente em pintura e com galeria de quadros modernos.” “Pede-me como únicas condições que sua obra seja sobre assunto alegre e bem concluída pois não comunga com nada impressionista.” “Neste caso, como no anterior de Errázuriz, minha intervenção é puramente amistosa, o senhor pode enviar diretamente a obra ao Dr. José R. Semprun e ainda escrever-lhe o que o senhor pensa conveniente, pois isto lhe produzirá bom efeito.” “Não necessito lhe dizer nada mais porque estou seguro de que na obra o senhor dará, como de costume, seu toque genial.”
Agora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Joaquín Sorolla, experimente desenvolver sua releitura sobre o tema ou crie uma composição com pessoas nas plantações, usando o material colorido que você mais gostar.
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