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Jardins da Villa Cimbrone

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O nome Villa Cimbrone se dá pelas características da paisagem de onde está localizada. Os romanos chamavam o lugar de cimbronium em virtude da vegetação que produzia uma madeira para uso naval.

As primeiras referências à vila remontam ao século 11, quando ela pertencia à nobre família Acconciajoco. Mais tarde, a propriedade passou a rica e influente família Fusco, posteriormente, para as influentes famílias Pitti, D’Angiò e Sasso.

A posse dessas terras férteis sempre foi muito desejada, por sua posição dominante e estratégica, mas principalmente por suas amplas extensões de terra para cultivo, consideradas únicas em comparação com o terreno acidentado de Ravello.

No final do século 19, infelizmente, a propriedade estava abandonada, então foi redescoberta por um viajante inglês bem conhecido e educado, Ernest William Beckett, Lord Grimthorpe, pertencente ao grupo de intelectuais, em busca de arte e estética do Grand Tour, que veio até Ravello aconselhado por amigos para recuperar-se da depressão que o tinha afetado logo após a morte da sua amada esposa.

A intensa alegria que este lugar mágico causou a ele, o levaram a comprar a propriedade em 1904, decidido a recuperá-la e transformá-la em uma obra de arte, “o melhor lugar do mundo”. Isso foi também uma ajuda para um certo Nicola Mansi de Ravello, um homem de eclético gosto e grande criatividade, que Beckett conheceu na Inglaterra, e que assinou o trabalho de restauração, fazendo o sonho tornar-se realidade.

Enquanto o leiaute do terreno foi influenciado por certos elementos existentes, como a avenida central ao estilo renascentista, estabelecido pela família Fusco, os jardins foram definidos seguindo os conceitos estéticos de arquitetos e jardineiros ingleses, como Harold Peto, Edwin Lutyens e Gertrude Jekyll . Uma série de diferentes caminhos foram organizados conscientemente, conduzindo o eixo que atravessa a propriedade de norte a sul.

A feliz combinação de jardins paisagísticos tradicionais ingleses e italianos  e a rica e variada vegetação local introduziram inúmeros elementos decorativos preciosos, tais como fontes, ninfas, templos, pavilhões e estátuas, resultado de uma forte influência da literatura clássica na reinterpretação da “villa romana”. As escolhas das árvores e o desenho dos canteiros pertencem ao experiente Vita Sackville West.

Destacamos alguns pontos culminantes:

  • Situado logo após a entrada, depois de passar pela porta do século 16, à esquerda está o Claustro, um gracioso e pequeno pátio numa mescla de estilo árabe-siciliano-normando.
  • A Cripta é uma galeria aberta em estilo gótico, cujos arcos modelados na Fountain Abbey of Malton, em Yorkshire. Embora evoque uma atmosfera medieval, foi construído entre 1907 e 1911.
  • Caminhando pela grande avenida, chega-se ao Templo de Ceres, onde encontramos a estátua da deusa dos cereais, relacionada com a fertilidade, protetora da agricultura, da colheita e dos grãos. Esse ponto é também a entrada para o famoso e incomparável Terraço Infinito.
  • O Terraço Infinito mostra um espetáculo da natureza visto pelo seu balcão, adornado com bustos de mármore do século 18. Daqui o espetador observa as longínquas montanhas do Cilento e  o topo de Licosa, sobre o mar acende a variada e multicolorida Costa Amalfitana com seus limoeiros e as pequenas casas que se apegam às colinas. Aqui a passagem do tempo não tem importância para o expectador que desfruta de tal beleza usufruindo da generosidade Divina.
  • O Templo de Boco, claramente inspirado pelo estilo clássico, suportado por oito colunas dóricas. O entablamento decorado podemos ler a inscrição do poeta romano Caio Valério Cátulo (em latim: Catullus).  No centro do templo está o pedestal que sustenta a estátua de bronze com Sátiro sustentado Baco com seus cachos de uvas. Aos pés do pedestal estão as cinzas do Lord Grimthorpe, falecido em 1917, um lugar onde sua memória pôde ser preservada.
  • Precedido por um belo jardim italiano, com ricos canteiros de rosas e, no centro, uma fonte de mármore com cupidos e vaso com relevos de várias figuras, em seguida chegamos à Sala de Chá, uma construção original como um pavilhão aberto. Na Sala de Chá há colunas dos tempos romanos, que sustentam uma estrutura com arcos e com esculturas da Idade Média, com múltiplas figuras em relevo. No centro do ambiente há um assento quadrado com pequenas colunas e uma concha de pedra com monstros marinhos. Estudos recentes o datam do século 12, provavelmente uma relíquia sagrada da Inglaterra (fontes de batismo muito parecidas podem ser encontradas na Igreja de São Pedro, em Cambridge). As conotações esotéricas, muito em voga no início do século passado, são claras, particularmente na disposição escolhida dos elementos arquitetônicos. Este é outro lugar, concebido como um espaço para ser vivido em estreita harmonia com a natureza circundante.

Jardins da Villa Cimbrone. Via S. Chiara, 26 – Ravello – Itália. Aberto diariamente das 9h até o pôr do sol.

Fique atento! Os horários podem sofrer alterações. Consulte sites oficiais das instituições.

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