Está instalado no Palácio dos Carrancas, construção de finais do séc XVIII que sofreu várias adaptações para funcionar como Museu.
Trata-se de um museu de belas artes, artes decorativas e arqueologia.
É o primeiro museu público de arte de Portugal, foi fundado em 1833.
Destinou-se a recolher os bens confiscados aos conventos abandonados do Porto e dos mosteiros de S. Martinho de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra.
O saque decorreu durante a guerra civil que opôs absolutistas e liberais, chefiados pelo regente D. Pedro, duque de Bragança.
Com a designação de Museu Portuense de Pinturas e Estampas, instalou-se no Convento de Santo António, na zona oriental da cidade (Jardim de S. Lázaro), sob direção do pintor João Baptista Ribeiro.
Seguia um programa cultural e pedagógico inovador, de apoio aos artistas da Academia Portuense de Belas Artes e divulgação da arte mediante a organização de exposições públicas.
Foi confirmado por D. Maria II em 1836, no âmbito das reformas da instrução pública levadas a cabo pelo ministro Passos Manuel.
Em 1839 o acervo do Museu foi para a direção da Academia Portuense de Belas-Artes, o que levou a um fortalecimento da relação entre o museu e o ensino artístico no século XIX.
O contributo da galeria de S. Lázaro consistia na organização das exposições trienais que tiveram como resultado a reunião de pintura e escultura do Porto oitocentista.
Esta coleção forma uma das partes mais consistentes do acervo documentando o retrato, a cena de costumes e a paisagem de influência naturalista.
No âmbito das reformas institucionais da República em 1911, com uma política museológica descentralizada e tendente à especialização, inscreve-se a criação do Museu Soares dos Reis, escultor premiado pela Academia Portuense de Belas Artes: António Soares dos Reis, o célebre autor do Desterrado.
Com o Estado Novo valoriza-se a conservação do patrimônio e acentua-se o papel do museu como lugar de memória de toda uma nação que se quer forte e coesa.
É neste sentido que em 1932 o museu centenário adquire o estatuto de Museu Nacional, o que lhe vai proporcionar a independência face à tutela acadêmica e a expansão patrimonial.
A instalação no Palácio dos Carrancas em 1940 faz parte do percurso recente do Museu, na altura sob direção de Vasco Valente.
O edifício neoclássico foi adaptado a novas tendências para o interior de um museu, com iluminação adequada e de condições de preservação nas galerias de arte.
Finalmente em 1942, recebe o acervo Museu Municipal do Porto, com seções muito variadas desde a pintura às artes decorativas passando pela lapidária e a arqueologia conferindo ao museu clássico de Belas-Artes um carácter misto.
A atração de novas coleções marca a tendência do MNSR na década de 1950.
O que a define é a procura de uma certa modernidade manifesta pela aquisição de obras de autores contemporâneos, adeptos de correntes artísticas ainda em definição.
Deve-se à direção do escultor Salvador Barata Feyo, professor de escultura da Escola de Belas Artes do Porto, o qual foi diretor interino do MNSR entre 1950 e 1961.
Dos anos 60 até à atualidade têm vindo a registar-se esforços no sentido do incremento das relações com o público.
O acervo do museu contabiliza mais de 13000 peças, das quais cerca de 3000 correspondem a desenho e pintura.
As restantes distribuem-se por coleções de escultura, gravura, artes decorativas (mobiliário, faiança, porcelana, vidros, ourivesaria, joalharia, têxteis) e coleções arqueológicas .
Salas com a exposição do acervo, o Museu conta também com loja, cafeteria e salas de exposição temporária.
Museu Nacional de Soares dos Reis. Rua Dom Manuel II – 4050-342 Porto – Portugal.
Aberto de quarta a domingo, das 10h às 18h, terças, das 14h às 18h
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