Em 1917, na cidade de Paris, o escritor Guillaume Apollinaire foi ao teatro assistir ao balé Parade, um espetáculo do Balé Russo de Diaghileva partir do libreto de Jean Cocteau.
Libreto é uma palavra italiana que significa livrinho. O libreto é usado nas óperas e balés e inclui tanto o roteiro da peça, quanto as músicas.
A história de Parade se passa em um parque de diversões com artistas de rua e de circo. Entre os personagens estão engolidores de fogo, palhaços, acrobatas e uma pequena garota.
A coreografia que reflete a provocadora ironia do espetáculo foi feita pelo bailarino e coreógrafo russo Leonid Massine.
O compositor Erik Satie utilizou efeitos sonoros dentro da música, o que era incomum no balé. O barulho do digitar de uma máquina de escrever, das sirenes e dos tiros são alguns dos muitos sons estranhos ouvidos durante o espetáculo.
Os cenários e figurinos foram criados pelo pintor Pablo Picasso. ele desenhou figurinos enormes usando as formas geométricas de edifícios e arranha-céus. Alguns deles feitos com tubos e painéis de cartão, que chegavam a medir três metros de altura.
Uma das estrelas do grupo era a bailarina Olga Kokhlova, mulher de Pablo Picasso.
Os trajes eram tão desconfortáveis que se destinavam a ser desajeitados, com os dançarinos pisando no palco como robôs para expressar o mundo moderno mecanizado e desumanizado.
Depois da apresentação, Apollinaire, admirado, disse que o espetáculo era uma verdade acima da realidade. “Sur”, em francês, quer dizer “sobre”. E foi assim que a palavra “surrealista” foi inventada.