A ousadia das telas de Delacroix era constante desafio para os críticos da época A Barca de Dante, sua primeira grande obra, suscitou enorme entusiasmo no Salão de 1822, quando o Barão Gros aclamou-a como “a vitória sobre Rubens“. Dois anos mais tarde o próprio Gros se referiria ao quadro Os Massacres de Quios como “o massacre da pintura”.
Mas para Delacroix essa tela era o marco que desvendava novos e estimulantes caminhos. Essa tela seria sempre um de seus trabalhos favoritos.
Em sua estreia no salão oficial, Delacroix pintou uma cena do Inferno, a Divina Comédia. Dante (de capuz vermelho) e Virgílio (com um manto) atravessam o lago sinistro que banha a cidade infernal de Dis.
Delacroix escolheu esta cena para refletir sua visão de humanidade que ele sentia ter perdido a direção. A cena ocorre no inferno. Observe o brilho vermelho do inferno eterno no fundo e a palidez horrível dos mortos em primeiro plano, simbolizando todo o horror do submundo. Almas condenadas se debatem sob o barco, vendo-se a distância, a cidade incandescente erguer suas chamas vermelhas contra a escuridão do céu.
Veja na pintura os corpos contorcidos e as expressões aterrorizadas dos mortos, nus, os olhos arregalados de medo e os seus rostos contorcidos de dor. Sentimos a dor e o terror das malditas almas que tentam em vão se apegar à barca. No meio deste caos estão os dois poetas. Dante e Virgílio estão de pé na barca, observando o caos ao redor deles. Note, no centro da pintura, que as suas mãos estão tão perto que quase podem se tocar.
O aspecto anatômico das figuras é inspirado sobretudo em Michelangelo. Mas a influência mas a direta dessa sombria obra-prima vem da tela de Théodore Géricault, A Barca da Medusa.
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Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Delacroix, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma cena em que as pessoas buscam desesperadamente sua salvação, usando o material colorido que mais gostar.
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