Museu do Prado

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Museu do Prado
   

O Museu do Prado de Madri recebe o nome do gramado que ficava diante da igreja e do mosteiro real de San Jerónimo a leste da cidade. Ali, na metade do século 16, o rei da Espanha Carlos III de Bourbon decidiu mandar traçar um Paseo (uma alameda arborizada destinada à passagem) no qual deveriam ficar alguns edifícios públicos destinados ao progresso da ciência; um Museu de Ciências Naturais, um Jardim Botânico, um Parque (chamado Buen Retiro) e um Observatório Astronômico.

Para dar o corpo a essa utopia Iluminista foi chamado o arquiteto Juan de Villanueva, respeitável expoente do Neoclassicismo. Infelizmente o projeto fracassou logo no início. Carlos III morreu em 1788 e poucos anos depois explodi a Revolução Francesa.

Os trabalhos no Paseo foram interrompidos. O edifício do Prado ficou pela metade e durante a ocupação napoleônica foi utilizado como estábulo e paiol de pólvora. Após a restauração, o rei Fernando VII decidiu criar um grande museu em Madri com as obras provenientes da coleção real espanhola. As obras e encontrava dispersas em castelos, palácios e mosteiros decorados pelos Asburgos e o rei Fernando achou que seria necessário encontrar um novo edifício capaz de receber todos aqueles tesouros.

A escolha recaiu sobre o palácio inacabado do Paseo do Prado, eu o monarca mandou concluir rapidamente seguindo a maquete de madeira deixada pelo arquiteto Villanueva. Em 19 de novembro de 1819, o novo “Museu Real de Pintura”, sua primeira denominação, abriu oficialmente as portas.

Nas primeiras décadas, a coleção foi aberta ao público apenas um dia na semana e era admitido somente quem dispunha de uma permissão especial da corte, sendo a coleção de propriedade privada do soberano. Mas em 1868 a coleção real foi nacionalizada e desde então tem o nome atual: Museu Nacional do Prado. Em 1819, o catálogo do museu contava somente com 311 quadros.

Hoje as coleções somam milhares de obras de arte. As pinturas são a sua melhor parte: 3 mil são provenientes de coleções reais, 2 mil do Museu da Trinidad (espetacular coleção de um mosteiro madrileno, confiscada em 1872) e mais de 3 mil que chegaram do chamado Fundo das Novas Aquisições.

A qualidade e a quantidade de pinturas guardadas (em condições de representar da melhor forma todas as escolas pictóricas europeias, com exceção da holandesa e da inglesa) acabaram por fazer esquecer que o Prado possui também excepcionais coleções de estátuas, móveis, desenhos, gravuras, moedas e medalhas, mais um esplendoroso tesouro de ourivesaria e pedras duras chamado “Tesouro do Delfim”, visível em uma sala-bunker escondida nos subterrâneos do museu.

Já desde os primeiros números é fácil intuir que o Prado sempre teve problemas dramáticos de espaço e que periodicamente teve a necessidade de expandir-se. No final do século 17, por exemplo, a situação tornou-se insustentável. Foi então que o brilhante jornalista Mariano de Cavia, para denunciar o grave estado de acomodação das coleções, publicou uma notícias perturbadora: “El Prado está ardiendo!!!”, bradavam as manchetes do seu jornal. Naturalmente a notícia era falsa, mas provocou tal susto que imediatamente foram tomadas providências  para desobstruir  e colocar as obras em segurança. O atual acondicionamento das salas é fruto da última e recentíssima ampliação que prevê o distanciamento do edifício histórico dos serviços ligados ao museu para destinar todo o espaço disponível à exposição do acervo.

AS OBRAS

O Museu do Prado, de Madri, com uma das mais importantes coleções em quantidade e qualidade extraordinários, conserva pinturas das principais escolas de arte, desde o século 15 ao século 18. Ele oferece a mais complexa e rica coleção de pintura espanhola do mundo, na qual o trabalho de exímios artistas, como El Greco, Velázquez, Ribera,Zurbarán, Murillo, Goya e tantos outros está representando pelos seus quadros mais célebres. Mas também a pintura italiana e flamenga estão presentes, porqua a história do colecionismo espanhol está estritamente ligada aos problemas do reino e da sua histórica política.

De fato, grande parte das obras foi realizada por encomenda dos monarcas espanhóis, razão pela qual podemos desfrutar de inúmeras obras de Ticiano, Rubens Velázquez, Tiepolo ou Goya. Graças, sobretudo, ao gosto e à cultua artística de Filipe II e do seu neto, Filipe IV, as coleções enriqueceram-se com obras de Mantegna, Bosch, Dürer, Correggio, Tintorett, Van Dyck, Lorrain, mestres representativos das principais escolas pictóricas europeias.

agenda

Museo Nacional del Prado, Calle Ruiz de Alarcón 23, Madrid. Aberto de segunda a sábado, das 10h às 20h, domingos e feriados, das 10h às 19h. Gratuito de segunda a sábado, das 18h às 20h, domingos e feriados, das 17h às 19h. No site do museu é possível reservar seu horário de visita.

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