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Arthur Luiz Piza

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Nasceu em São Paulo 1928 e faleceu em Paris no dia 26 de maio de 2017.

Gravador, desenhista e escultor.

Inicia a formação artística em 1943, estudando pintura e afresco com Antonio Gomide .

Após participar da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, viaja para a Europa e passa a residir em Paris.

Frequenta o ateliê de Johnny Friedlaender e aperfeiçoa-se nas técnicas de gravura em metal, água-forte, talho-doce, água-tinta e ponta-seca.

Em 1953, participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e obtém o prêmio aquisição.

Na 5ª Bienal, em 1959, é contemplado com o grande prêmio nacional de gravura.

Realiza ilustrações para diversos livros, de tiragens reduzidas. No fim dos anos 1980, cria um mural tridimensional para o Centro Cultural da França, em Damasco, Síria.

Em 2002, são apresentadas na Pinacoteca do Estado de São Paulo, e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, duas amplas retrospectivas de sua obra.

Na sua trajetória artística, gradualmente ocorre em suas obras maior preocupação construtiva, com a geometrização dos elementos.

Piza introduz na gravura uma nova forma de trabalho: passa a esculpir na placa de metal formas geométricas, arredondadas, retangulares ou triangulares, com a utilização de buril, diferentes goivas, prego e martelo.

As gravuras geradas exploram a transição entre as áreas de diferentes profundidades e também o jogo criado com a luz.

Piza percebe então que é possível traduzir esse procedimento para a pintura.

Em 1959, passa a fazer relevos picotando algumas aquarelas feitas na época e aproveitando os pequenos fragmentos para realizar colagens sobre papel ou tela, à maneira de mosaicos, que, por vezes, são recobertos com camadas de tinta.

Segundo o artista, o material é organizado com base na procura do ritmo próprio de cada composição, independentemente das outras já prontas.

Como aponta a estudiosa Stella Teixeira de Barros, em sua produção a cor insinua-se cada vez mais, assim como o ritmo das partículas em relevo. As formas tendem a se aglomerar em tramas mais saturadas.

Para o crítico Paulo Sérgio Duarte, há nesses relevos uma vontade de ordem que não se concretiza. Embora contenham algo que remete à seriação e à repetição, as pequenas partículas, sutilmente irregulares, combinam-se e convivem com liberdade de direções, às vezes quase caótica.

Na série Capachos, 1979, a tendência do artista em ocupar o espaço torna-se mais visível. Os trabalhos são compostos de triângulos acoplados em alfinetes de metal sobre pedaços de sisal.

Segundo Paulo Sergio Duarte, “Piza introduziu a questão do relevo de forma muito original na Europa.
Em termos técnicos de gravura, foi considerado um dos maiores gravadores da segunda metade do século 20”.

Como aponta o crítico Tiago Mesquita, nessas obras o que antes sugeria volume e fluxo transforma-se em tridimensionalidade.

Piza desenvolve ainda experiências com entalhe em madeira, projeção de utensílios como pratos, vasos e objetos de porcelana e cria objetos cinzelados de metal e jóias.

“Mudo de maneira de trabalhar. Sou agora obrigado a enfrentar o que faço com decisão.

Corto e com o corte vem a reflexão, a necessidade de novo corte.

Dirijo a mão para um lado, a seguir para o outro.

Às vezes continuo e ao continuar vem a curva. Às vezes pequenas formas repetem-se, obsessivas e ritmadas como o bater de bilro de uma bateria.

Há assim micro ritmos que procuram agarrar o que a matéria contém de tátil e de vibrante.

Há macro ritmos que são os grandes cortes.

Entre eles um vaivém.

Há também, as formas recortadas levantando-se, o ver através, o ver o lado de lá.

Depois pinto a superfície cortada.

Várias vezes.

Gosto dessa repetição que lembra, embora de maneira oposta, o muro velho que descasca e que mostra de antigas pinturas as camadas consecutivas.

O meu inverso é o pintar e repintar para o futuro”. Arthur Luiz Piza. Para a apresentação da exposição no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 1986. s.p.

Seus trabalhos estão presentes em coleções das mais importantes instituições culturais como o MoMa e o Guggenheim, em Nova Iorque, a Bibliothèque Nationale de France e o Centre George Pompidou, em Paris e o MAM RJ e o MAM SP, no Brasil.

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