O Partenon foi concebido não só para honrar a deusa de Atenas, embora possuísse as melhores das suas estátuas de culto, de ouro e marfim, com cerca de doze metros de altura, mas também para celebrar o papel que a cidade desempenhou como líder da Grécia na luta contra os Persas.
As decorações escultóricas dos seus frisos, muitas das quais foram levadas para Londres por Lord Elgin, refletem de forma sutil esta dupla intenção.
O trabalho foi inspirado pelo estadista e militar Péricles, concebido pelo seu amigo e escultor Fídias e financiado pelas contribuições excedentes pagas pela liga de estados, liderada por Atenas, constituída para expulsar os Persas de solo grego.
Este e outros edifícios de Péricles atraíram a Atenas centenas de artesãos, pedreiros e escultores, contudo, há uma unidade notável de estilo, que revela as qualidades idealísticas e humanistas do período clássico da arte grega na sua melhor fase.
Os atenienses simples mortais, parecem ter sido tocados pela divindade m relação ao seu exito sobre os Persas, e estas esculturas glorificam tanto os deuses como o carácter heroico do povo.
O friso, a parte mais bem conservada das esculturas, era também o menos notável e estava colocado ao redor do bloco central do edifício, mas dentro da colunata exterior. Retratava uma procissão que culminava numa comissão de recepção formada pelos deuses. olímpicos reunidos e pelos heróis tribais de Atenas, junto a um pequeno grupo que procedia à entrega da veste sagrada destinada à estátua da deusa por ocasião do seu grande festival.
A procissão tal como a relativa ao festival, é conduzida por praticantes do culto, mas a parte principal era constituída por cavaleiros e carros que no decorrer do percurso da procissão realizavam exercícios com o objetivo distintamente heroico e de culto. É possível que os cavaleiros fossem atenienses que haviam morrido em Maratona.
As esculturas do friso ocidental descreviam a luta entre Atena e Poseidon pela terra da Ática, observada por deuses e heróis locais, e as do outro lado o nascimento de Atena visto pelos habitantes do Olimpo.
As esculturas sobreviventes são poucas e estão muito danificadas, mas dão um impressão poderosa de uma dignidade que não é estática nem demasiada alheia a este mundo. As três estátuas do friso ocidental, erroneamente chamadas durante muito tempo as Três Parcas, são provavelmente Héstia (uma reprodução materna da deusa da lareira) e uma lânguida Afrodite reclinada sobre o colo da sua mãe, Dione.
As métopas, espaço que medeia entre dois tríglifos nos frisos dóricos, estavam colocadas por cima das colunatas exteriores do templo. Na parte sul, o tema principal mostra jovens combatendo os centauros que haviam interrompido a festa de casamento do seu rei (tema também do friso ocidental do templo de Zeus, em Olímpia).
Frisos em Atenas e em Londres
No novo Museu da Acrópole, em 2009, pela primeira vez desde 1801, ano dos ladinos saques de Lord Elgin, o friso de 160 metros e 115 blocos recria na sequência a narrativa das panateneias, as festas em homenagem à deusa Atenas. Isso graças à grande parte do friso refeita em gesso como substituição.
Dos originais, facilmente distinguidos pela cor ocre, o novo Museu da Acrópole mantém 50 metros. Outros 80 metros estão no British Museum, e fragmentos restantes, espalhados por diversos museus. O que mais vale é ver completa a história de quase 600 deuses, humanos e animais.
No British Museum, nas salas 18a e18b estão organizados fragmentos da escultura do Partenon e também peças da arquitetura. As visualizações de vídeo usando gráficos computacionais explicam como as esculturas foram colocadas no prédio, e há uma maquete com arquitetura original e moldes de gesso do friso para visitantes com deficiência visual sentirem a arte através do toque das mãos.