Muitos estudiosos se interessaram e escreveram sobre a cultura Egípcia ao longo do tempo. Durante todo o século 18 continuou a estudar-se a escrita hieroglífica, embora fossem poucos os progressos em direção à sua decifração. O interesse do estudioso e do linguista culminaram com Georg Zoega (1755-1809), cujas duas obras principais, um tratado sobre os obeliscos, incluindo um capítulo sobre a escrita hieroglífica, e um catálogo de manuscritos, fazem parte do acervo do Museu do Vaticano.
A data da obra sobre os obeliscos (1797) é simbólica como o auge dos estudos egípcios antes da expedição de Napoleão, em 1798. Embora a escrita pudesse ser decifrada e o tivesse sido certamente sem a descoberta de inscrições bilíngues, a egiptologia, tal como a conhecemos, é produto desta expedição, da descoberta da pedra de Roseta, do entusiasmo pelo Egito daí decorrente e das alterações no clima intelectual da Europa ocidental.
A expedição foi acompanhada de um equipe de estudiosos que deviam estudar e registrar todos os aspectos do Egito, tanto antigo como moderno. A Pedra de Roseta passou em breve para as mãos dos ingleses, mas a equipe produziu uma obra fundamental, em vários volumes, a Description de l’Égipte, publicada pela primeira vez em 1809-1830. Foi esta a última e, sem dúvida, a mais importante obra produzida antes da decifração daquela escrita por Jean-François Champollion le Jeune (1790-1832), em 1822-1824, que constitui o começo da egiptologia como disciplina à parte.
Champollion e Ippolito Rosellini (1800-1843), um italiano de Pisa, montaram na década de 1820, uma expedição conjunta para procederam ao registro de monumentos no Egito, mas nessa altura já chegavam tarde. Nos vinte anos anteriores, numerosos viajantes tinham visitado o Egito e alguns sítios da Baixa Núbia, roubando antiguidades, escrito livros ou ambas as coisas.
Entre eles estão os cônsules Anastasi d’Athanasi, Drovetti e Salt, o italiano Belzoni, o escultor francês Rifaud e os viajantes suíços Gau e Burckhardt. As coleções obtidas por alguns desses homens formaram os núcleos das seções egípcias do British Museum, do Louvre, do Rijksmuseum e do Museu Egípcio em Turim (só no fim da década de 1850 é que passou a existir o Museu Egípcio no Cairo).
A inscrição da Pedra de Roseta possui o decreto promulgado na cidade de Mênfis, em 196 a,C, feito por um conselho de sacerdotes estabelecendo o culto ao faraó Ptolemeu V, no primeiro aniversário de sua coroação. Esse decreto está registrado em três blocos com conteúdo equivalente, mas em escritas diferentes: Hieroglífica (14 linhas), Demótica (32 linhas), variante do escrita do Egito tardio, e em Grego antigo (54 linhas).
Há tempos a Pedra de Roseta tem sido alvo de rivalidades nacionalistas, incluindo uma disputa sobre o valor relativo das contribuições do inglês Thomas Young (1773-1829) e do francês Champollion para a decifração da escrita hieroglífica. Além disso, desde 2003, há a reivindicação de sua repatriação, pelo governo do Egito.