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Jean-Michel Basquiat recebe primeira retrospectiva da carreira no Brasil

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Hoje o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) abre uma retrospectiva do pintor norte-americano de ascendência afro-caribenha Jean-Michel Basquiat (Nova York, 1960-1988) que vai passar pelas sedes do CCBB de outras três capitais, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com entrada gratuita em todas elas.

Com curadoria de Pieter Tjabbes, da produtora Art Unlimited, a mostra conta com cerca de 80 obras do artista, entre os trabalhos estão pinturas, desenhos, gravuras e cerâmicas, que pertencem ao acervo do israelense Jose Mugrabi. Ele é reconhecidamente um dos maiores colecionadores do pintor pop Andy Warhol (1928-1987).

Basquiat costumava dizer que sabia desenhar, mas não queria. Conhecido por uma pintura que lembra grafites e traços robustos que assemelham a desenhos infantis.

Muitos mitos foram criados em torno do artista: que era menino de rua e iletrado são dois deles, cita o curador Tjabbes, lembrando que Basquiat, a despeito de ter abandonado a escola, era um homem culto.

De fato, seria improvável que um pintor sem erudição tivesse produzido uma combinação tão sofisticada de palavras e símbolos em sua obra. As peças que estarão expostas no CCBB não são de fácil decodificação. Há citações literárias (especialmente Kerouac e outros escritores da beat generation), símbolos alquímicos, considerações sobre músicos de jazz (Basquiat tinha à disposição uma coleção de 3 mil discos do pai Gérard) e até referências a um clássico da anatomia humana publicado no século 19, Gray’s Anatomy, que a mãe de Basquiat comprou para ele quando o artista, aos 6 anos, foi atropelado por um carro.

No filme Basquiat – Traços de Uma Vida (1996) dirigido pelo também pintor Julian Schnabel, o esforço da mãe que reconhece o talento precoce do filho já começa nos letreiros – os dois caminham num corredor azul e topam com a Guernica de Picasso (que, na época, estava no MoMA). Como Basquiat foi uma criança problemática, a mãe matriculou-o numa escola alternativa para superdotados. Com 11 anos, Basquiat falava francês e espanhol com fluência.

Aos 22, foi o artista mais jovem a entrar na Bienal do Whitney. Com o pouco tempo de vida que lhe restou, morreu de overdose aos 27 anos, construiu uma obra repleta de referências autobiográficas.

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Rua Álvares Penteado, 112 – Centro – São Paulo. Aberta de quarta a domingo, das 9h às 21h. Entrada gratuita. Até 07/04/18.

Fique atento aos horários, eles podem sofrer alteração. Consulte sempre o site oficial da instituição.

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