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Oswaldo Vigas

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Pintor, escultor, ceramista, muralista e criador de tapeçarias venezuelano, nasceu em Valencia, Carabobo, em 4 de agosto de 1926. Sua obra realizada entre França e Venezuela é uma síntese original entre as raízes culturais do continente latino-americano e as correntes plásticas modernas.

Filho do doutor José de Jesús Vigas e de Nieves Linares, descendente de Arturo Michelena. Tinha 10 anos quando seu pai morreu. Em 1941 ele se mudou para Guacara, onde fez suas primeiras pinturas. Obtém o Prêmio de Melhor Ilustração para Poesia no Ateneu de Valência.

Em 1945 Oswaldo Vigas ingressou na Universidade dos Andes, em Mérida, na Venezuela, para estudar Medicina. Sua pintura continuou motivada pela figura humana, com uma crescente deformação, maior liberdade e os traços mais grossos reforçam a expressividade da sua obra.

Em 1947 ele participou do V Salão Arturo Michelena, no Ateneu de Valência. Frequentou o estúdio livre de artes e participou ativamente do movimento artístico da sua época, visitava periodicamente a Escola de Artes Plásticas Cristóbal Rojas onde se relacionou com Manuel Cabré, Martín Durban, Pedro Ángel González, Rafael Ramón González e Rafael Monasterios, entre outros. Além disso, no mesmo ano, ganha o Primeiro Prêmio do Salão de Pintura do Ateneu de Mérida. A figura humana segue sendo o tema central da sua pintura, cada vez mais longe do figurativismo tradicional. O traço se torna mais agressivo, começa a utilizar cores planas, descobre a cerâmica pré-colombiana.

Em 1952, no começo do mês de novembro, Vigas se mudou para Paris e permaneceu nessa cidade durante 12 anos se dedicando principalmente à pintura. Em 1953, Carlos Raúl Villanueva, o mais renomado arquiteto venezuelano do século 20, convidou Oswaldo Vigas a participar do Projeto de Integração das Artes que ele estava propondo para a criação da Cidade Universitária de Caracas. Ele aceitou o convite, realizando quatro murais em mosaico veneziano e um em mosaico romano, todos fabricados em Paris.

No início de 1954, na exposição “Oeuvres pour la Cité Universitaire de Caracas”, no Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, foram expostos fragmentos das obras de Vigas e de outros participantes desse projeto, tais como Fernand Léger, Jean Arp, Victor Vasarely, Alexander Calder e os venezuelanos Mateo Manaure, Pascual Navarro, Armando Barrios e Alírio Oramas, dentre outros.

Os anos 50 foram de muitas exposições coletivas em vários museus, salões e galerias nas cidades de Caracas, Valência, Barcelona, São Paulo, Pensilvânia e Paris. O Ateneu de Valência lhe pediu que organizasse a participação de artistas venezuelanos que estavam morando em Paris e da delegação estrangeira que participou da Exposição Internacional de Pintura, conseguindo que comparecessem: Pablo Picasso, Fernand Léger, Max Ernst e René Magritte, dentre outros.

De 1953 até 1957, ele foi convidado para participar de diversas edições do Salão de Maio no Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, exibindo seu trabalho junto de artistas como Jean Arp, Marc Chagall, Alberto Giacometti, Wifredo Lam, René Magritte, Henri Matisse, Roberto Matta, Max Ernst e Pablo Picasso. Em 1961 ele voltou ao “XVII Salon de Mai”, mas desta vez junto de Francis Bacon, André Masson, John Mit­chell, Antonio Saura e Tamayo.

Nessa Paris efervescente, epicentro do movimento da plástica mundial, os diferentes artistas latino-americanos se encontravam com frequência em bares.Nessas discussões e conversas no bairro latino, Oswaldo Vigas teve a oportunidade de se aproximar de Wilfredo Lam, Roberto Matta, Antonio Berni, Agustín Cárdenas, Fernando de Szyszlo e Silvano Lora.

A década de 80 foi uma etapa muito produtiva, porque realizou várias séries de tapetes e inúmeras peças em cerâmica: relevos em placas de refratário e arenito, pratos, vasilhas e outras não utilitárias nas quais aplicou sua conhecida iconografia de seres fantásticos. Mostrou um grande interesse pela escultura e realizou seus primeiros bronzes, que foram expostos em 1985.

Em 1990 começou a retrospectiva de mais de 200 obras entre pintura, escultura, tapetes, cerâmica, joias e artesanato, organizada pelo Museu de Arte Contemporânea de Caracas Sofía Imber. A constância do seu trabalho continuou, bem como o grande número de exposições das quais participou.

O trabalho de Vigas abrange a pintura, a escultura, o gravado, a cerâmica e a tapeçaria. Ele já foi apresentado em mais de 100 exposições individuais e sua obra está presente em muitas instituições reconhecidas mundialmente. Além disso, grandes casas de leilões, como Sotheby’s e Christie’s, em Nova Iorque, demonstraram que o artistas era bastante reconhecido nos mercados internacionais.

Oswaldo Vigas assumiu um compromisso com a arte e passou sua vida inteira dentro de sua oficina, em países diferentes e junto com a sua família. Morreu em Caracas em 22 de abril de 2014.

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