Fayga Ostrower

Fayga Ostrower
   

Nasceu em Lodz, Polônia em 14 de setembro de 1920. De família judia, Fayga Perla Krakowski viveu na Alemanha quando mudou-se para a Bélgica e emigrou para o Brasil em 1934.

Casou-se em 1941 com o historiador Heinz Ostrower, com quem teve dois filhos, Carl Robert e Anna Leonor (Noni). Cursou Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas, em 1947, onde estudou xilogravura com o austríaco Axl Leskoscheck e gravura em metal com Carlos Oswald, entre outros.

Em 1955, viajou por um ano para Nova York com uma Bolsa de estudos da Fundação Fullbright.

A obra de Paul Cezanne exerceu grande fascínio e contribuiu para adotar o estilo abstrato, causando reação dos críticos e colegas. Realizou diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Seus trabalhos se encontram nos principais museus brasileiros, da Europa e das Américas.

Recebeu numerosos prêmios, entre os quais, o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957) e o Grande Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958); nos anos seguintes, o Grande Prêmio nas Bienais de Florença, Buenos Aires, México, Venezuela e outros.

Entre os anos de 1954 e 1970, desenvolveu atividades docentes na disciplina de Composição e Análise Crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

No decorrer da década de 1960, lecionou no Spellman College, em Atlanta, EUA; na Slade School da Universidade de Londres, Inglaterra, e, posteriormente, como professora de pós-graduação, em várias universidades brasileiras.

Em 1969, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro publica um álbum de gravuras realizadas entre 1954 e 1966. A partir da década de 1970, dedica-se também à aquarela.

Publica vários livros sobre questões de arte e criação artística, entre eles Criatividade e Processos de Criação, 1978, Universos da Arte, 1983, Acasos e Criação Artística, 1990, e A Sensibilidade do Intelecto, 1998.

Em 1983, é realizada retrospectiva dos 40 anos de sua obra gráfica, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e, em 1995, a exposição Gravuras 1950-1995, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro.

Em 2001 é lançado pela GMT Editora o livro Fayga Ostrower, organizado por Carlos Martins.

Durante estes anos desenvolveu também cursos para operários e centros comunitários, visando a divulgação da arte. Proferiu palestras em inúmeras universidades e instituições culturais no Brasil e no exterior.

Fayga Ostrower e sua neta Letícia na Exposição itinerante “A Música da Aquarela.” Berlim, Alemanha, 2000.

Anna Bella Geiger e Lygia Pape foram alguns dos alunos de Fayga que se destacaram na carreira artística. Faleceu em 13 de setembro de 2001 no Rio de Janeiro, Brasil

Algumas curiosidades sobre as Obras de Fayga Ostrower

Na década de 1940, a artista realiza gravuras figurativas, de linguagem expressionista e cubista, como ocorre em Lavadeiras (1947), tratando frequentemente de temas sociais.

Nas várias gravuras com o tema Maternidade, os traços são delicados e ocorre um delineamento bastante sintético das figuras. A artista realiza também ilustrações para periódicos e livros.

Trabalha tanto com gravura em metal quanto com xilogravura, técnica que prevalece durante sua primeira individual, em 1948.

A partir de 1953, a artista abandona a figuração e volta-se para o abstracionismo.

Como aponta o crítico Antônio Bento, por vezes, os elementos formais assumem, em suas gravuras, o caráter de verdadeira arquitetura, pela ordenação que ela imprime às linhas, aos ritmos e às cores.

O jogo harmônico de planos coloridos verticais e horizontais estabelece um contraponto aos efeitos cromáticos.

Desde os anos 1970, produz também aquarelas, nas quais se revela mais lírica, retomando sugestões de paisagem.

Em suas gravuras, Fayga Ostrower apresenta rigor expressivo e um uso muito impactante da cor, que cria espacialidades luminosas, alem de uma técnica apurada e um questionamento incessante sobre a essência mesma da criação artística – tema abordado freqüentemente em seus escritos.

É precursora da abstração na técnica da gravura. Teve também importante atividade como educadora e escritora, com vários livros sobre as artes plásticas.

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