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Técnicas artísticas: conservação e restauração

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A conservação de bens culturais é uma atividade que tem adquirido grande importância na atualidade. considera-se que tais bens constituem patrimônio comum, que merece ser mantido para as gerações futuras.

Ainda que todas as épocas tenha havido maior ou menor cuidado na conservação de certos objetos, em virtude da admiração que suscitavam, nunca, como nos idas atuais, desenvolveu-se uma consciência coletiva tão grande sobre a necessidade de salvaguardar os objetos que guardam a memória do passado.

Assim, têm recebido maior importância social os historiadores e teóricos da arte, cuja principal missão é proporcionar conhecimento adequado das obras artísticas. No entanto, a conservação de obras de arte exige proteção legal, o que atualmente constitui campo específico de legislação nacional e internacional, e proteção técnica, que implica sua restauração.

A intervenção do restaurador

Todas as obras artísticas de caráter móvel (pintura, escultura, obra em papel, etc.) estão submetidas ao processo de inevitável deterioração, em razão de causas físicas (umidade, secura ou exposição à luz), biológicas (fungos ou insetos) e humanas (uso, transporte, adaptação a outros contextos, contaminação ou simples abandono). A tarefa de conservação por parte do técnico encarregado supõe, em primeiro lugar, encontrar tais causas, fundamentalmente a partir de análises fotográfica e química. E, em segundo lugar, aplicar técnicas consideradas mais adequadas para pôr fim à deterioração e, na medida do possível, para devolver à obra seu aspecto original.

Para impedir a deterioração

A primeira tarefa e estancar a deterioração. Tratando-se de pinturas, por exemplo, antes de mais nada o trabalho implica a reforma ou substituição dos suportes. No que diz respeito à pintura mural, isso ocorre mediante o tratamento do muro ou de sua transferência a outro suporte, no caso daqueles que utilizam telas coladas onde está a pintura, que por sua vez será colocada em nova tela.

Quando a obra é uma pintura originalmente executada em tela,que podem ter sido atacados por xilófagos (roedores de madeira), e nesse caso será conveniente a sua substituição. A própria tela pode ter sido atacada por fungos, e por isso necessite de limpeza. Quando está muito deteriorada, se “reentela”, isto é, cola-se na parte posterior uma nova tela, com o objetivo de reforçar a original. As tábuas também exige tratamento específico e sofrem, muito mais que as telas, as mudanças de temperatura e umidade. No entanto, também é  preciso deter-se sobre a própria pintura, que pode ter se desprendido do suporte.

A recuperação da oba de arte

Uma segunda tarefa, em alguns casos polêmica, é recuperar a peça como foi concebida em seu momento histórico. A controvérsia é maior quanto mais antiga é a obra de arte, por várias causas: a dificuldade para definir a percepção original do artista, os obstáculos para atingir esse fim a partir dos mesmos procedimentos a, sobretudo, a destruição de outra percepção distinta, que possui seu próprio valor.

Até mesmo Goya foi consciente de que o tempo “é também quem pinta”. Em qualquer caso, a recuperação de pintura ou de escultura tem duas vertentes: a limpeza e a substituição do que foi perdido. No caso da pintura, para a limpeza da camada pictórica são utilizados diversos produtos, de ácidos a álcoois, com os quais se pode chegar ou ão ao pigmento original.

Em relação à substituição do que foi perdido, na pintura mural a reintegração pode ser realizada a partir do estuque, ou seja, completando-se as zonas em que não há mais vestígio da pintura original com uma massa de gesso e cola, sobre a qual se repintam as partes desaparecidas. No caso da pintura em tela, ainda que se respeitem escrupulosamente os critérios de estilo do artista, a restauração realiza-se quase sempre a partir do uso de aquarela, que pode ser facilmente removida, aso no futuro ocorram mudanças nos critérios de restauração.

Com muita frequência, em vez de serem reproduzidas as hipotéticas formas da obra original, que são irrecuperáveis, adotam-se manchas neutras no lugar das zonas perdidas. Trata-se, nesse caso, de uma aproximação das formas originais irrecuperáveis, sem interferências visuais novas que  inevitavelmente seriam imprecisas. No caso da escultura, se a obra for me mármore e estiver completa, as pequenas perdas de material podem ser recuperadas com estuque ou cera de pó de mármore. Se apenas fragmentos estão conservados, o usual é integrá-los por meio de esqueleto de ferro ou cobre, que sugira a forma original.

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