A adesão de Giovanni Bellini ao mundo formal e espiritual de Andrea Mantegna dissolve-se na profundidade poética do seu doce sentimento da natureza, na sua vocação colorística, na aspiração a uma visão espacial vasta e sem limites.
Os elementos da cena derivam, em grande parte, das composições de Mantegna e dos desenhos do seu pai, Jacopo, mas assumem aqui uma função mais verdadeira e natural. Esta atitude torna-se evidente, por exemplo, no pódio rochoso no qual Cristo se ajoelha, entregue à oração a um anjo que segura na mão a taça da Paixão, e no espaldar em que João se apoia em sono profundo.
A paisagem alarga-se ao fundo, sulcada por caminhos tortuosos, pelo curso d’água e pela colina, à esquerda, que remete para os montes Eugâneos, com as suas pedreiras.
A cerca de troncos cruzados em primeiro plano, à direita, prenuncia a atenção pelos elementos menores, cotidianos, familiares ao observador, constantes em toda a produção posterior do mestre, como na Virgem do Prado, também na National Gallery.
A luz da aurora, apreciada de perto, aquece o horizonte longínquo, pinta as nuvens baixas de um rosa-alaranjado, reflete-se sobre a cidade, brilha sobre os escudos dos soldados, penetra lentamente na verde paisagem.
De Mantegna, seu mestre e cunhado, Bellini adota o interesse pela natureza geológica da paisagem, modelando-a com eficaz semelhança sob uma luz atmosférica atentamente contemplada entre colinas do Vêneto.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Giovanni Bellini, experimente fazer uma releitura dele ou crie ma composição baseada em algum assunto religioso, usando o material que você mais gostar.
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