Nos esboços a óleo, como este, mais do que nos quadros acabados expostos na Royal Academy, Constable revela a qualidade e a novidade da sua pintura.
A baía foi pintada ao vivo, ao ar livre, durante a lua de mel do artista em Dorset, em 1816, ou talvez trabalhada mais tarde com base nos desenhos realizados nas ventanias de Outubro.
A paisagem adquire relevo pela forma como é tratada, não por nenhum dado exterior que a torne significativa: a entrega ao tema da natureza é total, privada dos filtros de idealização histórica, filosófica ou literária que até então eram próprios deste gênero.
A luz é o elemento dominante, que dá relevo às formas e as constrói, que faz de uma simples baía uma paisagem monumental, à sua maneira: a luz, realizada à espátula, modela e torna significativos os detalhes naturalistas sobre os quais pousa e que só por ela adquirem relevo.
O céu não é apenas um fundo, mas um protagonista como a terra e o mar sobre os quais converge, carregado de nuvens flutuantes, tema predileto do artista.
Como Turner, Constable não deu origem, no seu país, a uma escola ou a uma tradição, mas as suas lições foram apreciadas pelos jovens pintores franceses, como Géricault e Delacroix.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Constable, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma cena de uma das suas paisagens preferidas, usando o material colorido que mais gostar.
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