O Museu Afro Brasil recebe a exposição “A cidade da Bahia, das baianas e dos baianos também”, com curadoria de Emanoel Araújo.
“Essa exposição fala de alguns fatos e pessoas, sobretudo dos artistas, dos homens e das mulheres.
Mulheres que fizeram da Bahia essa mágica, inusitada e preciosa cidade, de todos os santos, de muita sensualidade e de pouco pudor, que se esvai pelas ladeiras e ruas sinuosas”, declara Emanoel Araújo.
O núcleo central da mostra é composto pelo modernismo baiano, representado por uma seleção de telas de Carlos Bastos (1925 – 2004), tapeçarias de Genaro Antônio Dantas de Carvalho (Salvador, Bahia, 1926 – 1971), esculturas em ferro ou “ferramentas de santo”, ligadas à religiosidade afro-brasileira, de José Adário dos Santos (1947), esculturas e gravuras de Rubem Valentim (1922 – 1991), além de jóias de Waldeloir Rego (1930 – 2001).
A representação da baiana está presente na escultura de Noêmia Mourão, nos vestidos de renda Richelieu, além de dezenas de bonecas de cerâmica, madeira e louça.
Carmen Miranda, a “pequena notável” que celebrizou a figura da baiana mundo afora, é também homenageada com a exibição de fotografias de revistas, iconografia em porcelana esmaltada, além de um vestido original.
A seção inclui ainda fotografias de outras baianas ilustres como Marta Rocha (1936), Miss Brasil em 1964, e Helena Ignez, musa do Cinema Novo.
Fotografias e pinturas de personalidades baianas do século XX como o escritor Jorge Amado (1912 – 2001), o compositor Dorival Caymmi, aqui homenageado em painel da artista Regina Silveira, Mãe Menininha do Gantois (1894 – 1986), entre outros, se somam aos bustos em gesso patinado dos alfaiates João de Deus do Nascimento e Luiz Gonzaga das Virgens, e dos soldados Lucas Dantas Amorim Torres e Manoel Faustino dos Santos Lira, realizadas em 2004 pelo artista Herbert Magalhães.
A expressão baiana da arte barroca não poderia ficar de fora da curadoria.
Emanoel Araújo reúne nessa seção fotografias de Silvio Robatto, Davi Glatt, óleos sobre tela de pintores baianos do século XVIII como Joaquim da Rocha (1737 – 1807), Teófilo de Jesus (1758 – 1847) e Veríssimo de Freitas (1758 – 1806), azulejaria, livros e revistas, além de um extenso panorama da cidade de Salvador feito por Floro Freire.
A exposição conta ainda com um conjunto de fotografias de Mário Cravo Neto e aquarelas do século XIX da artista inglesa Maria Graham (1785 – 1842), retratando o cotidiano das baianas de Salvador.
“A cidade da Bahia, das baianas e dos baianos também” reserva ao público a projeção de filmes ligados ao imaginário baiano como: “Barravento” (1962, 80 min., p&b), dirigido por Glauber Rocha; “Bahia de Todos os Santos” (1960, 101 min.), com direção de Trigueirinho Neto, além da série de documentários do projeto “Centenário de Alexandre Robatto Filho – Pioneiro do Cinema na Bahia”, que conta com os filmes “Entre o Mar e o Tendal” (1952-1953), “Xaréu” (1954), “Vadiação” (1954), Igreja” (1960), “Desfile dos 4 séculos” (1949), “O Regresso de Marta Rocha” (1955), “Um Milhão de KVA” (1949), “A Marcha das Boiadas” (1949), “Ginkana em Salvador” (1952), e “Os Filmes que Eu Não Fiz” (2013).
Museu Afro Brasil. Avenida Pedro Alvares Cabral s/nº. Parque Ibirapuera – São Paulo – SP. Aberto de terça a domingo, das 10h às 17h. Gratuita. Até 01/09/19.
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