Realizada para a igreja do Mosteiro de São Domingos o Antigo, em Toledo, a tela constituía a parte superior do retábulo do altar-mor, uma das primeiras encomendas feita ao pintor à sua chegada à cidade. A obra, solene e monumental, faz ponte entre a experiência italiana do mestre e o início da sua estada na Espanha.
Com efeito, depois de se formar em Creta, sua ilha natal, na época em poder de Veneza, e da sua experiência veneziana e romana, em 1577 chegou a Toledo, sua cidade de adoção.
A partir desse momento, o seu nome, Doménikos Theotokópoulos, será substituído de forma permanente pelo nome que o tornará famoso e que recorda a sua pátria longínqua, nunca esquecida nas suas obras.
Sob massas de nuvens que parecem elevar-se e crescer, o drama intenso e pungente desenvolver-se: Deus Pai, rodeado por seis elegantes e esguios anjos, recolhe e eleva o corpo de Cristo morto.
A força expressiva manifesta-se na poderosa resolução das anatomias: o corpo vencido de Cristo, serpenteado e em torção forçada, relaciona-se diretamente com a obra de Michelangelo, que El Greco estudou conscientemente durante os anos passados em Roma.
Próximas estão também referências ao Ticiano tardio e, sobretudo, a Tintoretto, nos movimentos dançantes dos corpos delgados, como o do anjo de costas.
Com este quadro El Greco iniciou o fulgurante ciclo da sua maturidade.
Os anjos em torno da Trindade caracterizam-se pela marcada influência maneirista, que, em contraste com a expressão do Pai, acentuam a sensação de movimento e expressividade.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de El Greco, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição no estilo maneirista que conte uma cena triste ou dolorosa em movimento, usando o material colorido que você mais gostar.
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