A cena de trabalhadores e de rapezes tomando banho no rio Sena, perto de Clichy (onde no horizonte se veem fábricas e chaminés), é a primeira prova do gosto pelo monumental, que Seurat exibirá daí a pouco na célebre e vasta tela Uma Tarde de Domingo no Grande Jatte, hoje no Art Institute de Chicago. Na verdade, aquela ilha é a faixa de terra que se vê na extremidade direita.
Concluída a aventura impressionista, Seurat utiliza a nova técnica do pontilhismo (decomposição da luz e da cor em ínfimos pontos encostados sem se fundirem) e procura aqui recuperar valores de estabilidade, embora não renunciando a uma luminosidade difusa.
Esta técnica é visível nos inúmeros pequenos esboços a óleo, com a qual Seurat pinta quase todas as figuras deste quadro.
O efeito final, que ainda conserva qualquer coisa da atmosfera instável dos impressionistas, por exemplo nos reflexos dos barcos sobre a água, é o de uma recuperada dimensão clássica, de calma imobilidade, de uma apresentação dos volumes torneados por uma luz envolvente.
Diferentemente da volátil luminosidade impressionista, Seurat estuda atentamente o volume de cada uma das figuras, executando delicados mas precisos desenhos preparatórios e fazendo depois aumentar a luz sobre cada ponto da superfície.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Seurat, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição pontilhista que narre uma cena de lazer na sua cidade, usando o material colorido que você mais gostar.
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