Edvard Munch, foi um pintor e gravador norueguês.
Autor das obras “O Grito” e “A Menina Doente” foi um dos maiores representantes da corrente expressionista do século XX.
Edvard Munch nasceu em Loten, Noruega, no dia 12 de dezembro de 1863.
Filho de um médico do Exército, obsessivamente religioso, sofreu sucessivas perdas que marcaram sua vida.
Ficou órfão de mãe com cinco anos de idade.
Frágil e doente passou sua infância na cama e chegou a ser expulso da escola por excesso de faltas.
Sem a mãe, apegou-se à irmã Sophie, um ano mais velha, que era sua alegria, até ficar tuberculosa e morrer com 15 anos.
Nos anos seguintes, Munch perdeu o pai, que morreu de um ataque cardíaco, e viu outra irmã, esquizofrênica, ser internada em um hospital psiquiátrico, onde passaria toda a vida.
Ficou então aos cuidados de uma tia, que o matriculou na Escola de Artes e Ofícios, na cidade de Kristiania, atual Oslo.
Aluno do mestre Christian Krogh começou a pintar seguindo os moldes naturalistas.
A história de Edvard Munch é uma sucessão de acontecimentos turbulentos, que ficariam registrados em sua obra, caracterizada por temas recorrentes como a doença, a angústia e o delírio.
“Eu não posso me desfazer de minhas enfermidades, pois há muita coisa em minha arte que só existe por causa delas”, reconhecia
Durante as primeiras viagens a Paris, em 1885 e 1889, entrou em contato com a obra dos artistas pós-impressionistas, entre eles, Paul Cézanne, Gauguin, e Van Gogh, que buscavam uma nova arte.
Ainda em 1885 iniciou uma série de pinturas e gravuras cujos temas recordam desespero, solidão, perda e angústia dos momentos antes da morte de sua irmã Sophie e o internamento da outra irmã.
Entre essas obras destacam-se, “A Mãe à Cabeceira da Criança Doente” (1885) e “A Menina Doente” (1886).
Em 1892, Munch já fazia parte da vanguarda intelectual de Berlim, quando preparou uma exposição para a União dos Artistas.
Continuando no mesmo tema, pintou a obra que o notabilizou, “O Grito” (1893), feita em quatro versões, que estão no museu da Noruega, exceto a terceira, de 1895, que pertence a um financista de Nova York.
A obra é um retrato perfeito de uma figura desesperada onde seu grito parece silencioso, um átimo de horror sufocado, mudo.
“Queremos mais do que uma mera fotografia da natureza. Não queremos pintar quadros bonitos para serem pendurados nas paredes das salas de visitas. Queremos criar uma arte que dê algo à humanidade”, dizia Edvard Munch
Ainda desse período é a tela “Cinzas” (1894), “Morte no Quarto da Doente” (1895), “Melancolia” (1895), “O Leito da Morte” (1895), entre outras.
Entre 1908 e 1909, Munch esteve numa clínica psiquiátrica em Compenhague, na Dinamarca.
Ele mesmo tomou o trem e se apresentou na clínica, ciente de que precisava de ajuda.
Achava que diabos o perseguiam. Ouvia vozes, tinha alucinações e insônia, bebia demais e sofria paralisações súbitas.
Logo recebeu o diagnóstico: neurossífilis, estágio em que a sífilis atinge o cérebro.
Depois de oito meses internado, recebeu alta, cortou o cigarro e o excesso de bebida passando a pintar quadros mais leves, mais extrovertidos.
O primeiro tema que explorou repetidamente foi o sol – o astro, a luz e o amarelo.
Chegou a pintar naturezas mortas, inspirado na produção agrícola da própria fazenda nos arredores de Oslo.
Em 1937, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, foi considerado pelos nazistas como um “artista degenerado”.
Três anos depois, com a Noruega já ocupada pelo exército alemão, foi convidado pelo governo para fazer parte de um Conselho Honorário de Arte.
Munch rejeitou a oferta e se recusou a colaborar para um regime manipulado por Hitler.
Em seus últimos anos de vida, pintou uma série de autorretratos, em que mostrava os efeitos do tempo sobre si próprio.
Morreu em 23 de janeiro de 1944, em Oslo, Noruega, sem conseguir assistir ao final da guerra e a derrota dos nazistas.
Um breve registro do estilo artístico de Edvar Munch:
– Abordagem de temas relacionados aos sentimentos e tragédias humanas (angústia, morte, depressão, saudade).
– Pintura de imagens desfiguradas, passando uma sensação de angústia e desespero.
– Forte expressividade no rosto das personagens retratadas.
– Pintura de figuras marcadas por fortes atitudes.