A unidade formal desta enigmática obra-prima é alcançada pela habilidade no uso da perspectiva e pelo conjunto harmonioso. As duas cenas, porém, são totalmente distintas.
Piero della Francesca acentuou esse aspecto iluminando Cristo a partir de um foco de luz que se encontra atrás do braço do flagelador da direita, ao passo que o plano frontal é iluminado pela esquerda.
A pintura desafia o observador. O sofrimento de Cristo deve ter algum significado alegórico ou simbólico. Mas qual é sua relação com as figuras conversado em primeiro plano?
Alguns estudiosos identificam o grupo da frente como cortesãos de Urbino. Interpretações mais recentes, contudo, apontam os três homens como possíveis dignatários políticos e eclesiásticos. Mas, em presença da ambiguidade, pode-se apenas especular sobre o significado do quadro, enquanto continuamos a nos maravilhar com os intrincados detalhes e com a harmonia do conjunto.
O homem sentado retrata Pilatos, mas a figura de turbante é, talvez, um turco, em cujas mãos a Igreja (Cristo) padece – uma alegoria aos problemas então vividos pela Igreja oriental.
A delicadeza de Piero no tratamento da luminosidade e revela amplamente na sutil iluminação da estátua dourada sobre o pilar em que Cristo está amarrado.
O efeito decorativo global da obra é fortemente influenciado pelo trabalho de Batista Alberti.
Diversas teorias foram elaboradas para explicar as três misteriosas figuras em primeiro plano, pensou-se que fossem Oddantonio, Conde de Urbino, e seus dois cruéis conselheiros, em tempos mais recentes, supõe-se que o home de barba seja um grego, talvez o Imperador Paleologus.
Um cálculo meticuloso precedeu a elaboração desse quadro. Seu traçado fundamental se baseia num conjunto de complexas relações matemáticas.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Piero della Francesca, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição em que os personagens estejam inseridos num cenário arquitetônico em perspectiva, usando o material colorido que você mais gostar.
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